por Roberto Dias Duarte
Trabalhar em um novo emprego é bastante motivador. A ideia de aprender coisas novas, conhecer pessoas e ambientes diferentes é muito animador. No entanto, ao fim de algum tempo a rotina tende a se instalar e o desânimo pode tomar conta, abrindo espaço à desmotivação no trabalho. O ponto de atenção aqui é que essa desmotivação pode ser fruto de uma liderança pouco eficiente para engajar a equipe.
Manter a motivação de uma equipe de alta performance na contabilidade é um dos principais desafios de qualquer líder. Tão complexo o desafio que Peter Drucker, o pai da administração moderna, disse
“não sabemos nada sobre motivação, tudo o que podemos fazer é escrever livros sobre isso”.
No geral, a maioria sabe porque é tão importante garantir a motivação dos colaboradores: as pessoas motivadas trabalham com mais vontade, são mais produtivas, vivem satisfeitas, contribuem para o bom ambiente de trabalho e permanecem na empresa por mais tempo. Este cenário é vantajoso para todos dentro do escritório contábil.
Por isso, o contador 2.0 deve adotar uma liderança estratégica para elevar a motivação das suas equipes e mantê-la alta. Além disso, é crucial para a empresa reavaliar os seus objetivos, prioridades e investimentos. Contudo, nem todo o gestor percebe que muitas vezes, ao invés de estar motivando, ele pode estar desmotivando os seus funcionários.
Para evoluir, confira essa lista do que não fazer quando o assunto é motivação do time do escritório contábil.
1 Ignorar as vontades e aspirações pessoais dos funcionários
Atingir um objetivo ou um sonho é o que move cada um a se levantar pela manhã e ir para o trabalho. Mas, muitas vezes, é difícil saber o que motiva os colaboradores. Por isso, o contador 2.0 tem o papel fundamental de estar próximo do time e descobrir o propósito que move cada colaborador. Ao saber quais as aspirações da equipe de alta performance na contabilidade e os seus projetos de vida, o líder pode delegar tarefas que sejam mais interessantes para cada um.
Além disso, ambos têm maior clareza sobre como a empresa pode contribuir para que esses sonhos sejam atingidos. Estar em um ambiente sem perspectivas de crescimento e desenvolvimento pode ser profundamente desmotivador.
2 Tratar a todos os colaboradores como se fossem iguais
Um equívoco no momento de motivar é acreditar que o que motiva um, motiva a todos. Os líderes que não conhecem cada um dos membros da sua equipe podem cometer esse erro. Os profissionais são diferentes uns dos outros, portanto, é importante identificar as necessidades de cada um.
As pessoas têm diferentes personalidades e experiências de vida. Um gestor que conhece a sua equipe e conversa abertamente com os seus colaboradores define a liderança estratégica na sua empresa.
3 Excluir a equipe das decisões
Uma das grandes fontes de motivação é sentir que a organização também pertence ao colaborador. “Vestir a camisa” se traduz em vontade de cooperar e se sentir de fato parte importante da empresa. Ter um quadro funcionários com esse sentimento pode diferenciar sua empresa no mercado contábil e ajudar muito na liderança estratégica de forma sustentável.
Quando as pessoas do time de alta performance na contabilidade sentem que podem contribuir com o desempenho dos negócios, elas ficam mais motivadas a executar suas atividades. Além disso, sentem-se reconhecidas quando uma boa sugestão gera resultados para a equipe e para a empresa.
4 Criticar em público
Quando o funcionário comete um erro, o gestor que despreparado, faz a crítica em público, constrangendo-o. Essa atitude compromete a evolução do funcionário como profissional.
Se tiver que corrigir um comportamento ou um procedimento errado de um colaborador, faça em particular, de forma a acrescentar no aprimoramento profissional dele. E evite focar no erro. direcione a questão como sendo um aprendizado.
5 Ignorar a necessidade de feedback
O feedback é uma prática bastante importante para encorajar, criar confiança e visar a solução de problemas e o aprimoramento das habilidades do time de alta performance na contabilidade. Sem uma avaliação do seu trabalho, o profissional pode tanto sentir que seu trabalho não faz nenhuma diferença, quanto achar que já está suficiente.
O ideal é trabalhar com feedbacks bem estruturados, apontar os pontos que deveriam ser melhorados, observando a maneira de falar e ainda ressaltar os pontos positivos e evolução do trabalho do profissional contábil.
6 Traçar metas impossíveis de serem alcançadas
A maioria das pessoas sabe que os profissionais, para se sentirem motivados, precisam ser desafiados constantemente, com oportunidades de superar metas e mostrar um trabalho diferenciado.
O erro acontece quando o líder, pensando que vai motivar, estipula um desafio absurdo, que dificilmente será atingido. O profissional sabe que não vai conseguir e logo fica desmotivado. Os desafios devem sempre ser propostos, mas precisam ser atingíveis.
7 Falta de clareza
O líder também pode desmotivar os membros do time quando as informações não são claras e a comunicação não é efetiva. Estar ciente dessa responsabilidade e criar canais de comunicação é importante para que a informação flua na empresa em todos os níveis.
Visão e valores essenciais do seu escritório, assim como decisões e estratégias compartilhadas trazem muita qualidade no relacionamento com o time, e contribui demais para sua performance. Uma gestão clara e comunicativa pode ganhar a confiança da equipe, somar ideias e, assim, contribuir para uma liderança estratégica.
8 Delegar sem suporte e sem autonomia
Quando o líder delega funções extras a um membro da equipe, é preciso que ele também dê o suporte necessário. Muitas vezes os profissionais podem sentir que não estão preparados para assumir determinadas tarefas e, se não puderem contar com o suporte do líder, o que deveria ser um fator motivacional, acaba desmotivando.
Assim, ao delegar algumas funções, se o líder continuar centralizador demais, isso vai prejudicar o desempenho do funcionário, por falta de informações, por exemplo. Por outro lado, largar a nova responsabilidade sem a segurança necessária, também pode ofuscar a motivação inicial de ter assumido a atividade.
9 Possibilidades que nunca chegam
Uma estratégia de incentivos e recompensas serve como uma excelente ferramenta para o engajamento do time. No entanto, apesar do objetivo ser motivar a equipe, prometer algo e não cumprir pode ser um tiro no pé. Desde sinalizar uma promoção que nunca se concretiza, até coisas menores, como uma visita ao cliente ou a participação em um projeto.
Como em tudo na vida, as promessas geram expectativas. Portanto, os planos e promessas que envolvem seus colaboradores, deve sempre ser pautados pela possibilidade de cumpri-los.
10 Ser demasiado crítico ou exigente
Existem líderes que acreditam que as críticas levam o funcionário a mudar e evoluir. Assim, criticam excessivamente pontos do trabalho do profissional. Mas isso pode não ser uma boa ideia, porque acabam internalizando a falha constante, e passam a acreditar que nunca vão estar bons o suficiente.
Dessa forma, acabam ficando desmotivados e passam apenas a “cumprir tarefas”, sem grandes expectativas de crescimento ou recompensas por evolução.
A motivação é um aspecto difícil de ser tratado dentro das empresas, mas é fundamental para garantir o sucesso delas. Muitas vezes o problema não é o trabalho desempenhado, mas o que o rodeia. Divergência de opiniões sucessivas, intrigas, conflitos com colegas, excesso de controle e mudanças permanentes. Os fatores são variados, mas a atitude correta não é alimentar e sim encarar o problema.
E lembre-se que os bons líderes lideram principalmente pelo seu exemplo e atitude perante a sua equipe. Inspire-se na experiência de dois grandes líderes que atingiram o sucesso graças ao engajamento das suas equipes:
“Talento ganha jogos, mas trabalho em equipe e inteligência ganham campeonatos.”
Michael Jordan, ex-jogador de Basquete dos Estados Unidos da América.
“Eu sou parte de uma equipe. Então, quando eu venço, não sou eu apenas quem vence. De certa forma termino o trabalho de um grupo enorme de pessoas.”
Ayrton Senna, tricampeão mundial de Fórmula 1.