Revigorado pelas mídias sociais, trabalho antes realizado predominantemente via imprensa tem transformado cada vez mais em autoridades especialistas das mais diversas áreas
Qualquer que seja a estratégia em mente, o importante é considerar que tanto as mídias sociais quanto os veículos online especializados privilegiam quem tem o que falar e sabe fazê-lo, tornando essas pessoas “fontes”, das quais literalmente esperam brotar declarações inéditas e boas entrevistas.
Já os conteúdos publicados em redes como Facebook, Linkedin e Instagram têm sido o trampolim para o surgimento de autoridades nos mais diversos assuntos, status equivalente ao das fontes já mencionadas.
Anos atrás, quando o Sistema Público de Escrituração Digital – SPED dava seus primeiros passos, eu mesmo tive a oportunidade de sentir o que uma fonte representa, diante de jornalistas ávidos por informações descomplicadas e confiáveis.
Mas como ser escolhido entre tantos?
Nem sempre quem domine um assunto e conte com uma boa assessoria para escrever a quatro mãos seus textos, ou apenas retocar a forma e o estilo desses conteúdos, obtém sucesso nessa empreitada.
Isto ocorre porque o requisito fundamental quando se pretende ser um interlocutor contumaz, ou seja, alguém cujo nome se pensa quase automaticamente ao lembrar de determinado assunto, é a disponibilidade de quem seja convidado a se manifestar publicamente sobre esse tema.
A imprensa, por exemplo, não tem hora, uma vez que seus telespectadores, ouvintes e internautas não se contentam em ser informados apenas de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 18h00.
Ao se decidir por este caminho, prepare-se então para ser procurado enquanto espera um voo, acaba de entrar em reunião, ou simplesmente descansa tranquilamente em sua casa.
Declinar de um convite para entrevista, sobretudo se isto ocorrer de forma recorrente, pode ser o começo do fim para uma fonte.
Principalmente se o segmento dela estiver repleto de gente que fale, como é o caso da contabilidade, com sua infinidade de temas fiscais e tributários que regularmente alimenta as pautas da imprensa econômica.
A segunda palavra decisiva neste campo é paciência.
Um amigo até hoje comenta a crítica injusta feita por um grande jornal paulista sobre os investimentos vultuosos feitos em uma pista de táxi do aeroporto no qual ele trabalhava.
Compreensível, não fosse a pista em questão uma daquelas por onde aeronaves pesadíssimas taxiam durante as 24 horas, exigindo, portanto, cuidados especialíssimos a partir da concretagem.
Isso justifica plenamente que se explique ao interlocutor, da forma mais simples e didática possível, mesmo aquilo que você e seus colegas de profissão consideram elementar.
Mas cuidado: nada de suspiros e muchochos durante a entrevista, tampouco ar de aborrecimento, enfado ou ainda, observações extremamente óbvias, como se o seu entrevistador nada soubesse.
Texto, chamariz eficaz
Como já dito, ser chamado a se manifestar e fazer bonito nessa hora é o final feliz de todos os esforços dispendidos no desenvolvimento de um conteúdo atraente.
A boa notícia é que ninguém precisa ser escritor para ter suas ideias difundidas nos segmentos onde persiga maior visibilidade.
E a recompensa por tanto trabalho e dedicação pode surgir sob a forma de convites para a realização de palestras, assim como participar de conferências e debates no segmento de seu interesse.
Em meio a essas excelentes oportunidades de somar pontos preciosos em sua caminhada rumo à invejável condição de autoridade na área onde atua, certamente surgirão novos contatos enriquecedores para a sua network.
Tudo isso começa, invariavelmente, com a transformação de uma ideia original em artigo, processo que pode ser individual ou contar com a colaboração de alguma estrutura interna ou terceirizada na área da comunicação.
Em qualquer dessas hipóteses, o mentor do conteúdo tem uma importante lição de casa pela frente: transmitir o breafing, que é como as agências de comunicação chamam a encomenda do job (trabalho) a ser executado, ou então fazer um esforço e redigir o texto, mesmo que no final alguém especializado em redação faça os ajustes necessários.
Passos básicos para um bom artigo
Toda história que se preze tem um enredo forte o suficiente para motivar sua leitura até o final. Imagine, então, o caso específico do empresário interessado em temas contábeis, na qualidade de usuário dos serviços de empresas como a sua.
A exemplo de contadores, e até mesmo concorrentes seus, ele tende a dedicar parte de seu precioso tempo para conhecer seus pontos de vista e argumentos, mas dede que haja certos elementos fundamentais no texto
O primeiro deles é a oportunidade, isto é, precisa ser algo atual, que esteja repercutindo no momento, como ocorre hoje com a reforma tributária, em vias de ser votada pelo Congresso Nacional.
Muito já se falou sobre o assunto, sem dúvida, mas se houver algum “gancho” que ainda não tenha sido abordado, eis o caminho aberto para você colocar em prática o segundo aspecto responsável por conferir relevância a um artigo: o seu ineditismo.
Decidido o caminho a seguir, cuidado para que não falte e, muito menos, sobre conteúdo, dependendo do veículo de comunicação almejado.
Cada mídia tem um limite de tamanho para os seus conteúdos, e não ultrapassá-los é uma forma eficaz de evitar que terceiros editem seu material, ou ainda, que o próprio solicitante o procure novamente para acrescentar ou suprimir certo número de palavras, missão nem sempre agradável de se realizar, principalmente quando já se foi o mais conciso possível durante a elaboração original.
A título de exemplo, blogs e sites costumam preferir um mínimo de entre 1.000 palavras por matéria, tamanho que não passa ao leitor a ideia de superficialidade e nem quebra o seu ritmo usual de navegar na web em busca de bons conteúdos.
Mas se chegar a esses números soar complicado, sobretudo no tocante a começar e concluir uma narrativa, parta diretamente para o miolo do texto, deixando essas partes, que muita gente considera críticas, para quando o núcleo central estiver pronto.
Nesta coluna dorsal do artigo, lembre-se de fazer parágrafos curtos e complementares uns aos outros, como se o leitor fizesse uma sucessão de perguntas a cada um deles.
Em contrapartida, na medida do possível, evite o uso de jargões excessivamente técnicos e conclua a defesa de sua “tese” com um breve apanhado, resumindo aquilo que desejava expressar desde o título.
Bem, assuntos não faltam num país como o nosso, com tantas pendências, por exemplo, nos campos fiscal e tributário, sem falar na própria atividade contábil, já há algum tempo passando por profundas transformações.
Portanto, pegue suas ideias, papel, e mãos à obra, rumo à transformação do seu nome em referência no setor.