Nos últimos anos a tecnologia propiciou uma transformação na forma como encaramos o dinheiro: as criptomoedas prometem revolucionar a base dos sistemas monetários mundialmente, afetando completamente os mecanismos tradicionais de armazenamento de recursos, transferências, investimentos, impostos e segurança.
Não é à toa portanto que recebemos um número cada vez maior de clientes que buscam se informar sobre criptomoedas, principalmente a Bitcoin, ou até encontramos escritórios que decidem armazenar parte de sua renda na forma de moedas digitais, seja para obter mais independência financeira ou como forma de investimento.
Controvérsias à parte, é inegável que moedas como a Bitcoin trazem uma série de vantagens tangíveis para seus possuidores, mas toda a segurança das moedas digitais não vale nada se não soubermos armazenar esses recursos de forma segura. Como criptomoedas não são rastreáveis em caso de roubo ou perda é praticamente impossível recuperar o dinheiro, por isso, este artigo lhe ensinará como usar criptomoedas de forma segura, conhecimento essencial para todos que desejam armazenar por conta própria ou instruir um cliente que faz uso dessa nova tecnologia.
Criptomoedas e criptografia
A criptografia é um mecanismo matemático complexo, mas que pode ser encaixado em diversos produtos e serviços de forma transparente. O que essa técnica permite é que informações sejam assinadas por uma chave matemática impossível de ser decifrada. No caso de moedas como a Bitcoin, isso garante que as transações são seguras e impossíveis de serem falsificadas – assim, alguém não pode hackear o sistema e fingir possuir 5 mil Bitcoins, ou simular uma transação não autorizada.
Essa primeira camada de criptografia protege o universo da criptomoeda em si, mas não protege a conexão do usuário contra invasões e golpes. Se em uma rede Wi-Fi pública, por exemplo, um invasor é capaz de interceptar seu tráfego e modificar sua carteira virtual, o sistema da criptomoeda não impedirá a transação. Por isso, uma primeira etapa crucial antes mesmo de comprar uma moeda sequer é investir em uma V PN segura, este tipo de serviço adiciona uma camada de criptografia semelhante à que vimos anteriormente, mas dessa vez, em todas as conexões do computador, limitando o potencial de ataques.
Escolhendo uma carteira virtual
A segunda etapa é a escolha de uma carteira virtual segura para suas moedas. Como o nome indica, esse será o serviço responsável por armazenar as moedas virtuais ou realizar transferências. Aqui, duas modalidades distintas existem atualmente:
- Carteiras online: As carteiras online são ferramentas criadas por terceiros que armazenam suas moedas em servidores digitais. Assim como dinheiro no banco, as moedas ficam sob a tutela do serviço, e um nome de usuário e conta permite acessar o conteúdo em qualquer aparelho.
- Carteiras locais: As carteiras locais, por sua vez, são programas instalados no computador ou smartphone capazes de armazenar as moedas localmente. Alguns, permitem até mesmo a instalação em um pendrive.
Ambas as opções possuem vantagens e desvantagens quanto a segurança e eficiência: As carteiras virtuais contam com a segurança de uma infraestrutura grandiosa e a conveniência do acesso em qualquer computador, no entanto, diversos golpes já foram executados e empresas sumiram com as moedas dos consumidores, jamais devolvendo o valor.
As carteiras locais não sofrem com a preocupação de golpes ou falência de serviços de terceiros, mas são dependentes do cuidado do usuário – sem um backup adequado, um acidente no computador pode destruir a carteira para sempre, por exemplo. Isso seria equivalente a armazenar o dinheiro debaixo do colchão.
Para carteiras online:
Caso a solução desejada seja a carteira online, é importante escolher um serviço de confiança com grande volume de usuários e tempo de mercado, alguns conhecidos incluem a Coinbase e Gemini. Além disso, é crucial criar uma senha segura ou usar um gerenciador de senhas, jamais compartilhar as informações de login, e não realizar acesso à carteira em computadores públicos.
De todo modo, as dicas gerais de segurança digital como usar um navegador atualizado, não confiar em anexos suspeitos e seguir as orientações do serviço escolhido continuam valendo.
Para carteiras locais:
Para as carteiras locais, é interessante escolher um software de código aberto, conhecido pela comunidade, como o Bitpay, e armazenar em um computador confiável. Opções de segurança como o Windows Defender para prevenção de vírus como ransomware e BitLocker para proteção de arquivos são fundamentais, e a conta de usuário deve ser protegida por uma senha forte.
Além disso, é crucial que o usuário ou escritório adote uma estratégia de backups automáticos, seja pelo uso de programas de sincronização em nuvem como o Google Drive e Dropbox ou através de ferramentas que realizam cópias para um disco rígido externo.
Considerações finais
As criptomoedas exigem um cuidado redobrado com a segurança digital, e diferentemente de um banco ou fintech, raramente será possível solucionar um problema que envolva a perda das moedas ou esquecimento de senhas. Além disso, seu alto valor e poucos rastros tornam esses ativos o alvo ideal de criminosos.
Então vale o reforço novamente: atualize seu smartphone ou computador para a versão mais recente, use senhas únicas e complexas e as armazene de forma que não possam ser esquecidas, ative mecanismos de proteção contra malware e uma VPN, e jamais compartilhe os dados de sua carteira com outras pessoas.
As criptomoedas podem ser uma opção inteligente de investimentos e cofre de renda, mas é importante saber manejar a tecnologia para não ser vítima de acidentes ou golpes que podem acabar custando muito. Veja também como a inteligência artificial está transformando o relacionamento com o cliente.