“Quando o cliente pensar em contabilidade, ele vai pensar na Filadélfia assim como as pessoas pensam numa Bic quando falam em caneta”, começa por afirmar Simoni Luduvice, uma das sócias da Filadélfia Contabilidade.
Com sede na cidade de São Paulo, a Filadélfia Contabilidade é composta por uma equipe de 10 funcionários. Seu objetivo: estar entre as principais empresas do mercado contábil brasileiro e ser referência no atendimento especializado para micros, pequenas e médias empresas.
Simoni Luduvice teve o primeiro contato com a contabilidade aos 17 anos, e estava longe de imaginar que esta seria uma das suas grandes paixões. Depois de ter trabalhado sete anos em um escritório de contabilidade e outros cinco anos em um outro, percebeu que era hora de mudar.
Início da carreira empreendedora
“Um belo dia, com visões diferentes ao da empresa onde estava, decidi que era o momento de investir numa carreira a solo”, afirma a contadora.
Mas a primeira tentativa de um negócio próprio, em sociedade, não aconteceu conforme o esperado. Foi então que em 1997, juntamente com a contabilista e amiga de infância Margareth Santos, fundaram a Filadélfia Contabilidade. A escolha do nome tem uma história curiosa, “na adolescência nós éramos evangélicas e na bíblia tem a história de uma igreja chamada Filadélfia, e como ambas gostamos muito da sua história, decidimos escolher esse nome”, conta Simoni.
Então, quando há 20 anos as duas amigas resolveram formar a sociedade, com um propósito muito claro: “nós queríamos ser referência para os nossos clientes”.
O objetivo era claro, mas colocá-lo em prática era mais difícil.
“Nós cometemos muitos erros no início da carreira, porque éramos muito contadoras e pouco empresárias. Então nós nos esforçávamos para resolver os problemas dos clientes, mas não sabíamos administrar a nossa empresa”, confessa a empresária contábil.
Empresária, eu?
Entre 2002 e 2003, Simoni percebeu que os seus clientes não sabiam fazer a gestão interna das suas empresas, então para ajudar, decidiu que era hora de voltar a estudar.
“Um belo dia na aula caiu a minha ficha: eu sou empresária. Então naquele momento eu entendi que não era só uma contadora. A partir daí começaram algumas mudanças nas nossas vidas”, revela Simoni sobre o aprendizado nas aulas de administração de empresas.
No entanto, as mudanças não ficaram por aí. Simoni revela que
“A nota fiscal eletrônica estava chegando aos nossos clientes e a equipe sentiu muito a nossa falta para dar o suporte aos clientes, e foi por isso que naquela época nós perdemos os nossos principais clientes. Então quando cheguei ao escritório e vi como as coisas estavam: contas desajustadas e clientes reclamando. Estava um caos”.
O cenário caótico foi resultado de um ano complicado na vida pessoal das sócias da Filadélfia Contabilidade somado a modificações tributárias, para as quais a equipe não estava totalmente preparada.
Mas Simoni regressa determinada a dar a volta nessa situação.
“Então eu percebi que era hora de ir buscar ajuda fora, fui procurar saber o que estava acontecendo no mercado e como as outras pessoas estavam cuidando das suas empresas”, conta.
No caminho da mudança, a contadora participou de encontros de contabilistas, palestras e congressos, e assim foi mudando a visão sobre a situação do setor contábil.
“Eu e a Margareth decidimos fazer uma grande mudança estrutural dentro da empresa. Mudamos de endereço, a equipe, os sistemas que a gente usava, clientes e o formato de atendimento. Começamos um programa de recursos humanos e explicamos a todos os clientes o porquê de estarmos tomando aquelas decisões”.
O recomeço
Simoni e Margareth perceberam que precisavam um novo começo no escritório e com os clientes, adequando o valor dos serviços aos valores de mercado, e os resultados foram surpreendentes.
“Não perdemos nenhum cliente por questões de preço e o escritório seguiu de uma forma reestruturada”.
Ainda faltava uma importante mudança no atendimento ao cliente. As sócias da Filadélfia perceberam que era urgente reestruturar os pacotes de atendimento aos clientes.
“Começamos a tratar os clientes de acordo com a atividade deles e de acordo com as necessidades ou exigências deles”, afirma Simoni.
Posicionamento estratégico
A Filadélfia atende uma vasta carteira de clientes, sendo na sua maioria clientes dos setores de construção civil e profissionais liberais na área da construção civil, e ainda profissionais de tecnologia.
“ Hoje o nosso posicionamento é por costumização, atendemos o cliente de acordo com a necessidade dele, temos um cuidado muito grande em desenhar o perfil do cliente e de saber quem é ele para desenhar a melhor forma de atendê-lo”, assume Simoni.
Depois de resolvidos aspectos relacionados com a gestão interna do escritório, era hora de virar as atenções para a questão da contabilidade online.
“Nós começamos a construção da imagem da Filadélfia, construímos o site e começamos a produção de conteúdos”, conta.
O negócio foi voltando ao normal, mas para Simoni havia muito mais a ser feito e foi então que decidiu estudar Gestão Estratégica de Negócios.
“Esses cursos me fizeram reavaliar tudo o que a gente estava fazendo de novo e começar a profissionalizar a parte administrativa da empresa, porque no início nós separávamos os trabalhos olhando somente para a parte técnica”, revela.
Simoni esclarece que a constante profissionalização permitiu produzir mais com menos e assim aumentar a lucratividade da empresa.
Workshop Contador 2.0: O motor de arranque para a Filadélfia
O contato com o Workshop Contador 2.0 surgiu em dois momentos. O primeiro momento surgiu com o aprendizado do livro Big Brother Fiscal, com o qual Simoni se identificou pela visão de futuro.
“O Workshop Contador 2.0 trazia uma linguagem e uma temática que ninguém tava falando em contabilidade”.
E para a contadora o maior aprendizado foi o modelo de negócio Canvas.
“Eu uso o Canvas para tudo hoje em dia; eu tenho o Canvas da Filadélfia, tenho o Canvas do departamento, se vamos fazer uma ação específica eu faço o Canvas. Então eu uso como direcionamento para praticamente tudo”, conclui.
Há 2 anos, Simoni resolveu participar novamente no workshop contador 2.0.
“O curso já estava repaginado, já tinha outras dicas, estava associado com vendas. Então foi excelente!”, revela.
Neste segundo momento o curso trouxe uma mudança ao nível da gestão interna.
“Eliminando serviço atrasado, demandando menos tempo na elaboração de alguns trabalhos, direcionando melhor a equipe para o que está sendo feito e para o atendimento e entendimento da nossa proposta de valor”, afirma a contadora.
Para Simoni, as participações no Workshop Contador 2.0 surgiram em momentos determinantes para o futuro da sua empresa contábil. Mas a adaptação à mudança não é igual para todos os clientes.
“Hoje eu percebo que os clientes mais antigos são mais resistentes em aceitar a mudança, mas com os novos clientes eu percebo que o valor do nosso trabalho aumentou e eles percebem o valor agregado, porque o meu vocabulário mudou”, conclui.
O perfil da Filadélfia contabilidade é igual ao das suas sócias. Têm curiosidade, responsabilidade, são inovadoras, pensam de forma estratégica, entre tantas outras qualidades que todo líder inovador precisa desenvolver.
Mas você se lembra que lá no início mostrei que a Filadélfia queria se tornar referência quando se fala em contabilidade? Pois foi com essa mentalidade que Simoni, juntamente com duas contabilistas de outros dois escritórios decidiram apostar em outros projetos.
Clube das Contadoras
O Clube de Contadoras é um deles. Este é um canal no Youtube onde as três contadoras (por vezes com convidados) conversam sobre contabilidade e gestão de uma forma descontraída. Já o Grupo Palos surge com o objetivo de ser uma escola de educação empresarial cujo foco é dar cursos de gestão para contadores.
Mas o maior projeto irá acontecer no próximo ano, com a fusão das três empresas de contabilidade.
“Nós criamos uma outra empresa de contabilidade, a Minha Contadora, que vai absorver clientes menores para terem um atendimento personalizado. A ideia é nos estabelecermos na Av. Paulista, que é o centro financeiro de São Paulo, para ter um atendimento mais centralizado”, conta Simoni.