Introdução: Estamos Fazendo Tudo Errado com os ERPs
Escute, gigantes do mercado de ERPs: TOTVS, SAP, Oracle, ContaAzul, Omie e Bling. Vocês nos prometeram um mundo onde a gestão empresarial seria tão simples quanto apertar um botão. Prometeram eficiência, controle centralizado e um futuro em que toda empresa, grande ou pequena, poderia prosperar com base nos seus sistemas. Mas, sejamos honestos: vocês estão entregando?
Aqui está o problema. O modelo atual de ERPs, especialmente os líderes como TOTVS (com sua hegemonia no Brasil), SAP (a favorita das grandes corporações) e Oracle (com sua robustez centralizada), não conversa com as realidades das pequenas e médias empresas (PMEs). E, quando olhamos para soluções mais específicas para PMEs, como ContaAzul, Omie e Bling, a promessa de simplificação esbarra na falta de personalização real. Estamos falando de sistemas que enxergam as PMEs como uma massa homogênea, ignorando as nuances que tornam cada negócio único.
O modelo centralizado e genérico que vocês tanto defendem é ótimo para relatórios padrão e processos previsíveis, mas falha miseravelmente quando a conversa muda para hiperpersonalização. É como tentar calçar todo mundo com o mesmo número de sapato — funciona para alguns, machuca outros e é inútil para muitos.
Mas há uma saída, e está bem debaixo do nariz de vocês. Os contadores. Isso mesmo, aqueles profissionais que já estão na linha de frente, resolvendo os problemas que seus sistemas deixam passar. Eles são os agentes que podem transformar seus ERPs em ferramentas realmente humanas e eficazes, não apenas por entenderem os números, mas por conhecerem profundamente o contexto de cada empresa que atendem.
A questão não é se seus sistemas são tecnicamente impressionantes — sabemos que são. A questão é se vocês estão prontos para abrir mão de parte do controle, empoderar os contadores e permitir que eles transformem a promessa de seus ERPs em algo palpável, personalizado e escalável.
Por enquanto, vocês estão tentando governar a gestão empresarial de cima para baixo, mas o verdadeiro poder está na base. Está na borda. Está com os contadores e as PMEs que eles servem. Continuar no modelo atual não é só ineficiente — é contraproducente.
Os Limites do Modelo Centralizado de ERPs
Aqui está a verdade que ninguém quer admitir: o modelo centralizado que impulsiona muitos dos grandes ERPs — TOTVS, SAP, Oracle — está limitando mais do que liberando o potencial das empresas brasileiras, especialmente as PMEs. É um modelo projetado para grandes corporações, mas que força pequenas e médias empresas a se moldarem a estruturas rígidas e, frequentemente, desconectadas da realidade do dia a dia.
Agora, vale dar crédito onde ele é devido. Algumas soluções voltadas para PMEs, como ContaAzul e Omie, têm feito avanços importantes ao reconhecer que o contador é peça-chave nesse jogo. Ao colocar os contadores como protagonistas, essas plataformas dão um passo à frente no entendimento de que a personalização e a proximidade com as necessidades das PMEs não podem ser ignoradas. Isso é um movimento na direção certa, mas ainda há espaço para evoluir.
Por quê? Porque, mesmo com boas intenções e ferramentas ajustadas, essas soluções ainda enfrentam o desafio de integrar perfeitamente a tecnologia às nuances específicas de cada negócio. PMEs são extremamente diversas, e criar um modelo que seja simultaneamente escalável e hiperpersonalizado é o santo graal que ninguém, até agora, conseguiu atingir completamente.
E não esqueçamos da questão dos dados. Mesmo com sistemas mais intuitivos e flexíveis, as PMEs ainda precisam de mais controle direto sobre suas informações e operações. A centralização excessiva limita essa autonomia. As soluções que colocam o contador no centro já reconhecem que o verdadeiro valor está na personalização em escala — mas isso precisa ser aprofundado, com ferramentas que empoderem tanto o contador quanto a PME de forma prática e eficaz.
Se você é um ERP tradicional, este é o chamado: é hora de repensar o modelo centralizado. E para ContaAzul e Omie o recado é diferente: vocês estão no caminho certo ao priorizar a parceria com contadores, mas a jornada para criar soluções ainda mais fluidas e adaptáveis está apenas começando. O futuro dos ERPs no Brasil pode ser moldado agora — desde que o foco permaneça nas pessoas e nas necessidades reais das PMEs.
O Papel dos Contadores Como Agentes de Transformação
E aqui está a grande sacada: os contadores são a peça que faltava para os ERPs cumprirem o que prometem. São eles que estão na linha de frente, traduzindo números em decisões estratégicas, simplificando o complexo e, acima de tudo, construindo confiança. Eles não são apenas intermediários; são agentes de transformação.
Pense nisso. Enquanto um ERP tenta centralizar dados e processos, o contador está na base, conhecendo cada cliente, cada fornecedor, cada peculiaridade que faz uma PME funcionar. Ele é o especialista que não só entende o fluxo de caixa, mas também a história por trás dos números: as dificuldades sazonais, as ambições de crescimento, as dores específicas que não cabem em um relatório padronizado.
Agora, com ferramentas mais modernas dando protagonismo aos contadores, estamos começando a ver como eles podem ser os verdadeiros catalisadores de inovação. Ao invés de depender de um suporte técnico distante ou de um sistema que “acha que sabe o que é melhor”, os contadores conseguem adaptar, personalizar e contextualizar os ERPs para atender às necessidades específicas de cada PME. Eles transformam um sistema que pode parecer impessoal e genérico em algo vivo, dinâmico e perfeitamente ajustado ao cliente.
Mais do que isso, os contadores têm algo que nenhum ERP pode oferecer sozinho: confiança. Eles são parceiros, não vendedores. Estão ali para resolver problemas, não para criar dependência de sistemas. E é exatamente essa relação de confiança que permite que eles introduzam os ERPs de forma natural, como uma ferramenta que amplifica o que já fazem, ao invés de competir com eles.
Com a proximidade que têm das PMEs, os contadores podem usar os ERPs como ferramentas de consultoria em larga escala, potencializadas pela tecnologia. Ao configurar relatórios que falam a linguagem do negócio, ao recomendar estratégias baseadas em dados reais e ao ajustar os processos para refletir as realidades da empresa, eles transformam o ERP em um aliado indispensável.
Se os ERPs querem conquistar verdadeiramente as PMEs, precisam dobrar a aposta nos contadores. Eles não são apenas usuários; são embaixadores, tradutores e facilitadores. Dar-lhes mais ferramentas, autonomia e integração não é apenas inteligente — é essencial. Porque no final do dia, os contadores são os únicos capazes de fazer a ponte entre o que os ERPs prometem e o que as PMEs realmente precisam. E essa ponte é o futuro.
A Hiperpersonalização: Do Modelo Centralizado ao Modelo de “Borda”
John Battelle, um dos fundadores da revista Wired, estava certo ao dizer que “não se pode forçar, de cima para baixo, a tarefa de agir como um ser humano.” O problema com os ERPs tradicionais é exatamente esse: eles tentam centralizar e padronizar processos que são, por natureza, profundamente humanos e específicos. A solução? Movimentar o poder do centro — das grandes plataformas — para a borda, onde os contadores e as PMEs realmente operam.
A hiperpersonalização é o antídoto para o modelo engessado que Battelle critica. Ela não é apenas um luxo; é uma necessidade em um mundo onde cada PME tem sua própria história, desafios e aspirações. Mas alcançar a hiperpersonalização em larga escala não é uma tarefa trivial. Ela requer uma abordagem diferente, que coloca as ferramentas e o controle nas mãos de quem está mais próximo do cliente: os contadores.
No modelo defendido por Battelle, o controle centralizado é substituído por um sistema descentralizado, onde os agentes individuais (no caso dos ERPs, os contadores) têm autonomia para ajustar, adaptar e personalizar as ferramentas de acordo com as necessidades específicas de cada empresa. Essa inversão de poder é fundamental para transformar os ERPs de sistemas rígidos em plataformas vivas, capazes de se moldar à realidade única de cada negócio.
E já temos exemplos disso começando a acontecer. Soluções como ContaAzul e Omie, que têm reconhecido o papel central dos contadores, mostram como a tecnologia pode capacitar profissionais a personalizar relatórios, configurar recomendações financeiras e ajustar fluxos de trabalho para refletir o que realmente acontece no chão da empresa. Essas plataformas não apenas facilitam a vida das PMEs, mas também fortalecem a relação de confiança entre contador e cliente.
Como Battelle destaca em seu artigo, “o verdadeiro poder está na simplicidade da autonomia.” A genialidade dos sistemas biológicos — e, podemos argumentar, dos sistemas empresariais — reside na capacidade de agentes individuais trabalharem de forma adaptável dentro de um conjunto de diretrizes amplas. É exatamente isso que os contadores fazem. Eles não precisam de sistemas que ditam regras intransigentes; precisam de ferramentas flexíveis que lhes permitam tomar decisões informadas e ajustadas à realidade de seus clientes.
Os ERPs que entenderem isso e se estruturarem para capacitar os contadores a entregarem hiperpersonalização vão liderar o mercado. Porque, no final, o que as PMEs mais valorizam não é um sistema que promete controlar tudo, mas um parceiro — humano ou tecnológico — que as compreende e as ajuda a crescer. É aqui que os ERPs podem brilhar, mas só se aprenderem a confiar no poder da borda, como Battelle tão eloquentemente propôs.
Integração de Agentes de IA com ERPs: Contadores Criando Soluções Hiperpersonalizadas e de Alto Valor
Agora imagine isso: contadores, armados não apenas com ERPs, mas também com tecnologias emergentes como Agentes de IA, Custom GPTs, API Assistants e Retrieval-Augmented Generation (RAG). Essas ferramentas, quando integradas aos ERPs, têm o potencial de elevar os serviços contábeis e de gestão a um patamar totalmente novo, entregando soluções hiperpersonalizadas e de altíssimo valor para PMEs e para o ecossistema como um todo.
Como Funcionaria Essa Integração
- Custom GPTs Desenvolvidos por Contadores
- Contadores podem criar modelos de IA generativa customizados, alimentados com dados históricos e regras específicas das PMEs que atendem. Esses GPTs seriam treinados para responder a consultas financeiras, gerar relatórios sob medida e sugerir ações estratégicas em tempo real, baseando-se nas operações específicas da empresa.
- Integrados a ERPs, esses modelos poderiam automatizar tarefas que hoje demandam horas de trabalho, como a análise de balanços complexos ou projeções financeiras detalhadas.
- API Assistants Como Pontes Tecnológicas
- APIs podem ser usadas para conectar os ERPs a outras ferramentas e plataformas relevantes, como sistemas de faturamento, marketplaces ou bancos. Contadores podem configurar esses assistentes para executar tarefas integradas, como conciliações financeiras automatizadas ou atualizações de estoque em tempo real.
- O resultado é um fluxo de trabalho mais ágil e menos propenso a erros, permitindo que as PMEs operem com eficiência de grandes empresas.
- RAG (Retrieval-Augmented Generation) para Dados Estratégicos
- A tecnologia RAG permite que sistemas de IA busquem dados específicos e os combinem com respostas geradas em tempo real. Isso é especialmente útil para contadores ao lidar com regulamentações fiscais complexas ou cenários de compliance.
- Integrada a ERPs, essa abordagem garante que os relatórios e recomendações sejam sempre baseados nas informações mais recentes e relevantes, personalizadas para as necessidades e o setor de cada PME.
Impacto para o Ecossistema
- PMEs: Recebem insights altamente precisos e personalizados, que antes só estavam disponíveis para grandes corporações com departamentos financeiros robustos.
- Contadores: Tornam-se desenvolvedores de soluções estratégicas, usando sua expertise para criar agentes de IA que agregam valor direto aos seus clientes.
- Indústria de ERPs: Conquista um novo nível de relevância ao se tornar a base para ferramentas que oferecem personalização em escala e conectividade sem precedentes.
Exemplo Prático
Imagine um contador que atende uma rede de restaurantes. Com um Custom GPT treinado em dados financeiros e operacionais do setor, e integrado ao ERP via APIs, ele pode gerar:
- Previsões detalhadas de fluxo de caixa para períodos sazonais.
- Análises de custos operacionais com recomendações para otimização de cardápios.
- Relatórios fiscais customizados, já ajustados às exigências locais, prontos para envio.
Tudo isso em minutos, com dados atualizados em tempo real via RAG.
O Futuro das Soluções ERP e IA
Essa integração transforma os ERPs de simples plataformas de controle em hubs inteligentes que conectam dados, pessoas e processos. Os contadores deixam de ser apenas operadores ou analistas para se tornarem arquitetos de soluções digitais, moldando o futuro do ecossistema de PMEs com inovação e precisão. É tecnologia amplificada por humanidade — exatamente como deve ser.
Consultoria em Larga Escala: Alavancando Tecnologia com Humanidade
A consultoria financeira e operacional sempre foi vista como um serviço personalizado e, por isso, de alcance limitado. Mas, ao combinar o toque humano dos contadores com a escalabilidade de tecnologias como ERPs e IA, surge uma oportunidade única: transformar consultoria em um serviço de alta escala sem perder a personalização.
É aqui que os contadores brilham. Armados com ferramentas que já se posicionam como aliados dos profissionais contábeis, os contadores podem ampliar significativamente sua atuação. Por meio dessas plataformas, tarefas manuais e repetitivas, como fechamento de caixa ou conciliações fiscais, são automatizadas, liberando tempo para análises estratégicas e recomendações que realmente fazem diferença para as PMEs.
Imagine o impacto disso. Em vez de atender a dezenas de clientes por vez, um contador pode gerenciar centenas, com o mesmo nível de profundidade e personalização. Isso não é apenas eficiência; é a criação de um modelo de consultoria que combina a inteligência tecnológica com a sensibilidade humana. A tecnologia cuida da escala, mas é o contador quem assegura o toque humano.
John Battelle sugere algo semelhante em seu artigo, quando defende que a tecnologia deve ser um facilitador, não o controlador: “A genialidade da autonomia está em permitir que indivíduos adaptem ferramentas às suas realidades.” No contexto dos ERPs, isso significa que a tecnologia não deve substituir os contadores, mas sim amplificar seu alcance e sua relevância.
Essa abordagem também cria um efeito cascata de benefícios. As PMEs, que muitas vezes têm orçamentos apertados e pouca expertise em gestão empresarial, passam a ter acesso a insights personalizados e consultoria de alta qualidade, algo que antes parecia exclusivo de grandes empresas. Os contadores, por sua vez, se tornam mais do que profissionais operacionais; tornam-se parceiros estratégicos indispensáveis. E os fornecedores de ERPs se beneficiam ao ver suas plataformas adotadas em larga escala, consolidando sua posição no mercado.
Essa é a verdadeira consultoria em larga escala: tecnologia e humanidade trabalhando juntas. Os ERPs que se adaptarem a esse modelo, priorizando o contador como ponto central de interação, não apenas conquistarão o mercado de PMEs, mas também redefinirão o papel da consultoria empresarial para o futuro. É uma nova era, e o caminho está claro: tecnologia na base, humanos no centro, e resultados na ponta.
Relação Ganha-Ganha-Ganha: PMEs, Contadores e Indústria de ERPs
No centro desse modelo renovado está a criação de uma relação em que todos saem ganhando — PMEs, contadores e a indústria de ERPs. Esse ciclo virtuoso é construído com base na colaboração, na confiança e no uso estratégico da tecnologia para amplificar o impacto de cada agente envolvido.
PMEs: Crescimento Baseado em Personalização e Estratégia
As pequenas e médias empresas são as grandes vencedoras nesse cenário. Tradicionalmente, muitas PMEs enfrentam dificuldades com soluções genéricas, que não refletem suas necessidades específicas. Ao introduzir contadores como os facilitadores de sistemas ERP hiperpersonalizados, essas empresas finalmente recebem:
- Soluções adaptadas: Relatórios e recomendações que capturam a realidade de cada negócio.
- Consultoria estratégica: Não apenas números, mas análises profundas que ajudam a navegar por desafios e oportunidades.
- Acessibilidade tecnológica: Com ferramentas simplificadas e integradas, as PMEs podem operar como grandes empresas, mas com a agilidade que é sua marca registrada.
No final, o impacto é claro: mais eficiência, maior crescimento e maior competitividade no mercado.
Contadores: A Nova Era da Consultoria
Os contadores são promovidos de operadores a consultores estratégicos, algo que transforma a percepção e o valor de sua profissão. Com ferramentas tecnológicas integradas aos ERPs, eles ganham:
- Produtividade ampliada: A automação de tarefas repetitivas libera tempo para análises e planejamento.
- Capacitação tecnológica: Os ERPs como Omie e ContaAzul oferecem módulos ajustáveis que tornam os contadores os verdadeiros “donos” do processo de personalização.
- Expansão de alcance: Com processos mais ágeis, os contadores podem atender a mais clientes sem sacrificar a qualidade, escalando suas operações sem perder o toque humano.
No novo paradigma, o contador não é apenas um “usuário” do sistema; é o coração que dá vida e relevância à tecnologia para as PMEs.
Indústria de ERPs: Relevância e Fidelidade no Mercado
A indústria de ERPs também colhe frutos ao adotar esse modelo descentralizado e humano. Ao reposicionar o contador como protagonista e a PME como beneficiária direta, as empresas de ERP conseguem:
- Maior penetração no mercado: Soluções que realmente entregam valor são mais propensas a serem adotadas em larga escala.
- Fidelização: Contadores que têm autonomia e controle sobre os sistemas se tornam defensores naturais dessas plataformas, recomendando-as continuamente aos seus clientes.
- Sustentabilidade no modelo de negócios: Ao adaptar-se às necessidades reais do mercado, os ERPs evitam a obsolescência e garantem relevância contínua.
A Dinâmica do Ganha-Ganha-Ganha
Quando as PMEs crescem, seus contadores se destacam e as plataformas de ERP são amplamente adotadas, todos prosperam. Essa dinâmica reforça o ciclo de colaboração e inovação, criando um ecossistema onde cada parte está conectada e depende da outra para evoluir.
No final, esse modelo não é apenas uma alternativa; é o futuro inevitável. PMEs, contadores e a indústria de ERPs têm muito a ganhar ao adotar essa abordagem centrada na personalização e na confiança mútua. Juntos, eles podem construir um mercado mais eficiente, mais humano e, principalmente, mais lucrativo para todos.
Conclusão: O Futuro dos ERPs Está na Mão dos Contadores
John Battelle nos deu o mapa: o futuro das tecnologias disruptivas, como a IA generativa — e, por extensão, os ERPs —, não está no controle centralizado de grandes plataformas, mas na descentralização e na capacitação de agentes locais e humanos. Para os ERPs, isso significa uma transformação estrutural que coloca os contadores como os verdadeiros motores da inovação.
Os contadores são o elo crítico nessa mudança porque são, simultaneamente, tecnicamente qualificados, profundamente conectados às realidades das PMEs e amplamente confiáveis. Eles possuem a combinação perfeita de conhecimento técnico, proximidade humana e credibilidade para entregar hiperpersonalização e consultoria estratégica em larga escala. Ao investir neles, a indústria de ERPs não apenas resolve os desafios das PMEs, mas também solidifica sua própria relevância no mercado.
A TOTVS, SAP, Oracle e outros líderes precisam abandonar a visão de que suas soluções podem funcionar de maneira unilateral. Por outro lado, ContaAzul e Omie já estão mostrando que o caminho para o sucesso passa por empoderar os contadores e oferecer ferramentas que priorizem a flexibilidade e a personalização.
A tarefa agora é clara e mais direcionada para criar um ecossistema integrado e eficiente:
- Desenvolver sistemas integráveis: Os ERPs precisam evoluir para plataformas que não apenas se adaptem às necessidades reais das PMEs, mas também sejam capazes de integrar agentes de IA, Custom GPTs, APIs e outras tecnologias emergentes. Essa modularidade permitirá que contadores personalizem e escalem suas operações com facilidade.
- Fortalecer a parceria com contadores e capacitá-los tecnologicamente: Não basta tratá-los como usuários finais; contadores devem ser capacitados como co-criadores do ecossistema ERP, com acesso a ferramentas de desenvolvimento simples (low-code/no-code) para criar soluções customizadas que ampliem o impacto das plataformas nas PMEs.
- Reconhecer o contador como protagonista estratégico: O verdadeiro valor de um ERP está em sua capacidade de empoderar o contador para gerar impacto positivo. Isso inclui integrar funcionalidades que ampliem sua capacidade de oferecer consultoria estratégica e personalizada, reforçando a confiança e a conexão entre PMEs e ERPs.
- Ampliar o foco em integração tecnológica inteligente: Invista em APIs abertas e tecnologias como RAG e IA generativa para transformar os ERPs em hubs conectados. A conectividade deve ser uma prioridade, garantindo que dados e insights fluam entre sistemas e sejam aproveitados em tempo real pelos contadores.
- Criar um ecossistema de aprendizado contínuo: Fornecedores de ERPs devem trabalhar em conjunto com contadores e PMEs para coletar feedback, aprimorar funcionalidades e co-desenvolver soluções que reflitam as mudanças nas necessidades de negócios e regulamentações.
Com esses passos, a indústria de ERPs poderá criar um modelo sustentável e inovador, que não apenas atende, mas excede as expectativas das PMEs e dos contadores. Esse é o futuro: um mercado onde tecnologia e humanidade trabalham juntas para entregar resultados extraordinários.
O Futuro: Ganha-Ganha-Ganha
Quando contadores são capacitados, as PMEs crescem. Quando as PMEs crescem, a economia prospera. E quando a economia prospera, a indústria de ERPs colhe os frutos. É uma equação simples, mas que exige visão e coragem para ser implementada. Não é apenas sobre tecnologia; é sobre pessoas. Não é apenas sobre sistemas; é sobre confiança.
O futuro dos ERPs está na descentralização, na personalização e no reconhecimento de que, no centro de tudo, estão os contadores. A indústria de ERPs tem a chance de liderar essa transformação, mas o tempo para agir é agora. O mercado está pronto. Os contadores estão prontos. A pergunta é: os ERPs estão prontos?