Este artigo investiga a dupla tese de que os bens de informação na economia digital tendem a um custo marginal zero, pressionando os preços para baixo, e que a captura de valor se desloca cada vez mais para a opinião, reputação e influência, particularmente mediada por especialistas e influenciadores digitais. Examina os fundamentos teóricos da economia da informação, da economia da atenção/reputação e da desintermediação do conhecimento. Utilizando uma revisão sistemática da literatura acadêmica e relatórios de mercado (2015-2025), o artigo avalia as evidências empíricas que apoiam esta tese. Analisa especificamente os profundos impactos nos modelos de negócios, estratégias de precificação, estruturas de autoridade e mecanismos de confiança do cliente nos setores de consultoria e contabilidade. Os principais resultados indicam que, embora a informação bruta enfrente pressões de comoditização, o valor está migrando para insights curados, aconselhamento confiável e expertise demonstrável amplificada através de canais digitais. Os setores de consultoria e contabilidade estão se adaptando integrando tecnologia, mudando para papéis de assessoria e navegando na complexa interação entre autoridade tradicional e influência digital, enfrentando desafios na manutenção da confiança e na demonstração de valor para além dos processos automatizados.
Introdução
A transformação digital remodelou fundamentalmente as paisagens econômicas, caracterizadas pelas propriedades únicas dos bens de informação e pela ascensão das plataformas em rede.1 Um debate central gira em torno da trajetória econômica da própria informação – seu custo marginal de reprodução próximo de zero impulsiona inevitavelmente seu preço para zero?3 Concomitantemente, em um ambiente saturado de informações facilmente acessíveis 5, a atenção torna-se o bem escasso 5, elevando potencialmente o valor econômico da opinião, reputação e influência, muitas vezes exercido por especialistas e influenciadores digitais.6 Este artigo aborda a tese de que essas duas forças – a tendência da informação para o preço zero e a crescente dependência da economia na opinião – estão remodelando a criação de valor, impactando particularmente setores intensivos em conhecimento como consultoria e contabilidade.
A relevância desta investigação é dupla. Teoricamente, contribui para a compreensão da dinâmica evolutiva da economia da informação 3 e dos mecanismos da florescente economia da reputação.6 Praticamente, oferece insights críticos para empresas de consultoria e contabilidade que lidam com a disrupção digital 12, automação 14, pressões de comoditização 16 e a necessidade de redefinir suas proposições de valor e modelos de negócios na era digital.19
Este artigo irá: 1) Revisar os fundamentos teóricos da economia da informação e da economia da opinião/reputação. 2) Descrever a metodologia empregada para revisão e análise da literatura. 3) Analisar evidências empíricas sobre a tendência da informação a preço zero e a ascensão da economia da opinião. 4) Realizar uma análise comparativa dos modelos de negócios tradicionais versus emergentes em consultoria e contabilidade. 5) Detalhar os impactos específicos na precificação, autoridade e confiança nesses setores. 6) Discutir os resultados, limitações e implicações futuras.
Revisão de Literatura
Fundamentos da Economia da Informação
- Definindo a Economia da Informação: A economia da informação, ou economia da informação, é o ramo da microeconomia que estuda como a informação e os sistemas de informação afetam uma economia e as decisões econômicas.3 Considera a informação como uma mercadoria com valor econômico, pois permite que os indivíduos façam escolhas que geram maiores retornos esperados ou utilidade esperada do que obteriam na ausência de informação.3 É importante notar a distinção entre informação e conhecimento; o conhecimento é informação que sabemos, enquanto a informação é o conceito central que une a economia a outras ciências.22 Formalmente, a economia da informação está relacionada à teoria dos jogos, especialmente no que diz respeito à assimetria de informação, onde as partes em uma interação possuem informações diferentes.3
- Custo Marginal Zero e Não-Rivalidade: Uma característica fundamental dos bens de informação é que eles são “caros para produzir, mas baratos para reproduzir”.3 Isso se manifesta em duas propriedades chave: não-rivalidade, o que significa que o consumo de informação por uma pessoa não impede que outra pessoa também a consuma 3, e custo marginal de reprodução próximo de zero.3 Uma vez que o custo inicial de criação (pesquisa, desenvolvimento, escrita) é incorrido, o custo de fazer cópias adicionais é insignificante.11 Essa estrutura de custos, com altos custos fixos e baixos custos marginais, desafia os modelos tradicionais de precificação baseados em custos; precificar ao custo marginal não permitiria recuperar o investimento inicial.3
- A Tese da “Sociedade de Custo Marginal Zero” (Rifkin): Jeremy Rifkin argumenta que a emergente Internet das Coisas (IoT), combinada com uma Internet da Energia e uma Internet da Logística, está nos levando a uma era de bens e serviços quase gratuitos.4 Ele postula que o dinamismo inerente aos mercados competitivos impulsiona a produtividade e reduz os custos marginais, potencialmente a quase zero para muitos bens e serviços, incluindo os de informação.4 Isso, segundo Rifkin, levaria à ascensão de um “Commons Colaborativo” global, onde o acesso supera a propriedade, a cooperação substitui a competição e o “valor de troca” capitalista é substituído pelo “valor compartilhável”.23 Nessa visão, o capitalismo tradicional assumiria um papel mais limitado, principalmente como agregador de serviços de rede.4 Exemplos citados incluem a partilha de bens (carros, casas) via plataformas e a proliferação de cursos online abertos e massivos (MOOCs) gratuitos.23
- Críticas e Nuances: A tese de Rifkin enfrenta críticas significativas. Timothy Ogden, por exemplo, considera a ideia “totalmente não convincente”, argumentando que Rifkin ignora incentivos políticos e econômicos, define mal conceitos como o “sharing economy” (que Ogden vê como capitalismo de acesso, não um commons) e confia demais na inevitabilidade histórica.25 A crítica central é que a chamada “sharing economy” ainda opera sob a lógica capitalista de proprietários de capital cobrando pelo acesso temporário a ele.25 Além disso, a ideia de que “a informação quer ser livre” é uma simplificação excessiva. Stewart Brand, a quem a frase é atribuída, na verdade expressou uma tensão: a informação “quer ser cara” por causa de seu valor, mas “quase quer ser livre” por causa de seu baixo custo de distribuição.26 Críticos da noção de informação “livre” (gratuita) argumentam que ela mina os incentivos à inovação e resulta em uma transferência de riqueza dos criadores de conteúdo para as plataformas digitais que se beneficiam da distribuição em massa, muitas vezes infratora.28 Em contraste com a ideia de preço zero, Shapiro e Varian em “Information Rules” argumentam que, embora o custo marginal seja baixo, estratégias como precificação baseada em valor, diferenciação de produtos (versioning) e gestão de direitos de propriedade intelectual são essenciais para o sucesso na economia da informação.10 A análise revela uma tensão central não apenas no preço da informação, mas nos mecanismos de captura de valor diante dos custos de reprodução quase nulos. A observação de que a reprodução da informação é barata 3, mas a criação inicial é cara 3, e que o valor deriva da aplicação e da tomada de decisão 3, leva à inferência de que o valor econômico não desaparece, mas migra da informação em si, facilmente replicável, para os processos mais difíceis de replicar ao seu redor: criação, validação, curadoria, aplicação e entrega confiável. Consequentemente, os modelos de negócios devem focar nessas camadas de valor mais difíceis de replicar.
A Ascensão da Economia da Opinião
- Desintermediação (e Re-intermediação) do Conhecimento: As plataformas digitais facilitam a conexão direta entre usuários, oferecendo o potencial de contornar intermediários tradicionais.1 No entanto, a pesquisa sugere que a desintermediação pura é rara; em vez disso, observamos frequentemente uma re-intermediação, onde novas plataformas digitais assumem o papel de intermediários, capitalizando a circulação econômica digital.1 Essas plataformas medeiam trocas de ideias, conhecimento, trabalho e direitos de uso.1
- Economia da Atenção: Em um mundo onde a informação é abundante, a atenção humana torna-se o recurso verdadeiramente escasso.5 Herbert Simon observou que “uma riqueza de informação cria uma pobreza de atenção”.5 A atenção, portanto, funciona como uma moeda: pode ser acumulada (por exemplo, seguidores, curtidas – “atenção calcificada”) e trocada por outros bens valiosos, como dinheiro, poder ou influência.5 As plataformas de mídia social fornecem a infraestrutura tecnológica e social para essa economia, tornando a atenção mensurável e negociável.5
- Reputação como Ativo Econômico: Intimamente ligada à atenção está a reputação, definida como a crença sobre as características ou qualidade de um agente.8 Na economia digital, a reputação emerge como uma “moeda primária” que determina valor e oportunidades.6 Ela atua como um filtro crucial na sobrecarga de informações, ajudando consumidores e empresas a tomar decisões.6 A reputação online é construída através de mecanismos econômicos: interações repetidas que geram confiança (mecanismo bootstrap/risco moral) ou atualização bayesiana de crenças com base em ações observadas (mecanismo bayesiano/seleção adversa).8 Plataformas digitais como sites de avaliação (Yelp, TripAdvisor) e redes profissionais (LinkedIn) amplificam e quantificam sinais de reputação.6 Uma forte reputação online traduz-se em benefícios tangíveis: atração de talentos, capacidade de cobrar preços mais altos e maior lealdade do cliente.6 Consequentemente, a gestão da reputação online (ORM) tornou-se uma função empresarial crítica.32
- Influência Digital: O valor econômico da atenção e da reputação é aproveitado por influenciadores digitais, indivíduos que usam sua presença online e conexão com o público para moldar opiniões e comportamentos de consumo.36 O mercado de marketing de influência tornou-se uma indústria multibilionária, com projeções de crescimento contínuo.7 Além dos influenciadores, o conceito de “ativos digitais” está se expandindo para além das criptomoedas, potencialmente englobando o valor econômico da reputação e influência dentro do ecossistema digital.40
- Limitações e Críticas: A economia da opinião não está isenta de problemas. Os sistemas de reputação podem ser manipulados através de avaliações falsas ou estratégias de supressão.35 A credibilidade e o valor real dos influenciadores variam enormemente, e a linha entre recomendação autêntica e promoção paga pode ser tênue.44 A própria “economia da reputação” pode intensificar a vigilância social e criar pressões para a conformidade, onde indivíduos e empresas se sentem compelidos a gerenciar meticulosamente sua persona online.43 Além disso, os mecanismos teóricos de confiança e reputação (interação repetida, sinais confiáveis) podem não se sustentar perfeitamente no ambiente online, que pode ser anônimo, efêmero e propenso à desinformação.8 A “economia da opinião” não é, portanto, um conceito monolítico. Ela abrange mecanismos distintos como captura de atenção, construção de reputação e marketing de influência, cada um com diferentes níveis de credibilidade e aplicabilidade. A observação de que atenção, reputação e influência são cada vez mais valiosas 5, que diferentes atores (KOLs vs. influenciadores gerais) os utilizam de forma diferente 36, e que o marketing de influência B2B enfrenta desafios únicos 45, sugere que uma análise diferenciada é necessária. Empresas de serviços profissionais, por exemplo, precisam de estratégias focadas em alavancar expertise credível e confiança, não apenas “influência” genérica.
Metodologia
Este estudo emprega uma abordagem de revisão sistemática da literatura (SLR) combinada com síntese qualitativa para investigar a tese proposta. O processo metodológico seguiu etapas rigorosas para garantir a abrangência, confiabilidade e objetividade da análise:
- Busca em Bases de Dados: Realizou-se uma busca extensiva em bases de dados acadêmicas proeminentes, incluindo Scopus, Web of Science e Google Scholar. Complementarmente, foram consultadas fontes de pesquisa de mercado reputadas, como relatórios da Gartner, Forrester, publicações das “Big Four” (Deloitte, PwC, EY, KPMG) e da AICPA (American Institute of Certified Public Accountants). Os termos de busca incluíram combinações de palavras-chave relevantes como “economia da informação”, “custo marginal zero”, “economia da opinião”, “economia da reputação”, “marketing de influência”, “transformação digital”, “indústria de consultoria” e “indústria de contabilidade”, em inglês e português.
- Critérios de Seleção: Foram incluídos artigos revisados por pares, livros, white papers e relatórios de mercado publicados no período de 2015 a 2025, disponíveis em inglês ou português. Foram excluídas fontes não verificáveis (ex: posts de blog sem autoria clara, fóruns online), peças de opinião sem fundamentação empírica robusta e materiais explicitamente promocionais, conforme os requisitos de qualidade e escopo definidos.
- Extração e Síntese de Dados: Os documentos selecionados foram analisados para extrair definições chave, argumentos teóricos, achados empíricos, estudos de caso e dados estatísticos pertinentes às questões de pesquisa. As informações extraídas foram então sintetizadas tematicamente, alinhando-se com a estrutura delineada para este artigo (Fundamentos Teóricos, Análise Empírica, Impactos Setoriais).
- Verificação Cruzada: Para afirmações centrais, como estimativas de tamanho de mercado ou a prevalência de certas tendências, buscou-se corroboração em múltiplas fontes independentes. O objetivo foi validar as informações com um mínimo de cinco fontes verificáveis sempre que aplicável e apropriado, conforme o critério de qualidade estabelecido. Foram anotados os graus de concordância ou divergência entre as fontes sobre pontos específicos.
- Estrutura Analítica e Mitigação de Viés: A análise dos dados coletados foi guiada por conceitos estabelecidos na economia da informação, gestão estratégica e sociologia das profissões. Para interpretar as tendências e seus impactos nos setores de consultoria e contabilidade, foi adotada uma perspectiva crítica. Visões divergentes e críticas às teses centrais (ex: críticas à teoria do custo marginal zero, limitações da economia da reputação) foram explicitamente identificadas e analisadas. As limitações metodológicas dos estudos citados (ex: tamanho da amostra, foco geográfico, potenciais vieses em relatórios comissionados 47) foram consideradas para mitigar o viés na interpretação geral e apresentar uma visão equilibrada.
Esta metodologia visa fornecer uma base sólida e replicável para as análises e conclusões apresentadas neste artigo, aderindo aos padrões de rigor acadêmico.
Análise
A Tendência da Informação a Preço Zero
- Evidência de Pressão sobre os Preços: A natureza digital da informação, com sua facilidade de cópia e distribuição, exerce uma pressão inegável sobre os preços de bens de informação padronizados.3 A competição intensificada nos mercados eletrônicos pode levar a preços médios de venda mais baixos.48Exemplos tangíveis dessa pressão incluem a vasta quantidade de conteúdo gratuito disponível online, desde notícias e artigos até cursos online abertos e massivos (MOOCs) que operam com custo marginal próximo de zero.23 Essa dinâmica sugere que, para informações não diferenciadas, a trajetória natural tende à comoditização e à redução de preços.
- Forças Contrárias e Captura de Valor: No entanto, a tendência ao preço zero não é absoluta. As empresas empregam diversas estratégias para combater essa pressão e capturar valor. Shapiro e Varian destacam a importância da precificação baseada no valor para o consumidor, e não no custo de produção.11 Estratégias de versionamento são cruciais, oferecendo diferentes versões do mesmo núcleo de informação com variações em características como tempo (ex: capa dura vs. brochura), conveniência, funcionalidades, suporte ao cliente ou interface do usuário.10 O agrupamento (bundling)de informações com outros produtos ou serviços 16 e a personalização de ofertas e preços 11 também são táticas eficazes. A proteção da propriedade intelectual (direitos autorais, patentes) visa criar escassez artificial, embora sua eficácia no ambiente digital seja um tema de debate contínuo.10Fundamentalmente, o valor econômico tende a migrar da informação bruta e facilmente replicável para elementos complementares que são mais difíceis de duplicar: a análise especializada, a interpretação contextualizada, a curadoria, a aplicação estratégica e a confiança na fonte.16 O fenômeno da “cauda longa” (long tail) nos mercados digitais também sugere que o aumento do excedente do consumidor vem tanto da vasta variedade de produtos disponíveis quanto da redução de preços.48 Além disso, os próprios dados, especialmente em grandes volumes (Big Data), tornaram-se um ativo extremamente valioso, alimentando modelos de negócios digitais e inteligência artificial.49 A observação de que cópias digitais básicas são baratas 3, mas que existem estratégias eficazes para diferenciar produtos de informação 10 e que a expertise e a confiança permanecem valiosas 18, leva à conclusão de que o impacto econômico não é uniforme. A tendência de “preço a zero” afeta principalmente a informação não diferenciada e facilmente replicável. O valor é preservado, e até aumentado, onde a informação é escassa (por exemplo, dados proprietários), altamente valiosa para nichos específicos, personalizada, requer expertise significativa para interpretação, ou está embutida em relacionamentos de confiança ou soluções complexas. Isso implica que os trabalhadores do conhecimento, como consultores e contadores, devem concentrar seus esforços nesses aspectos de maior valor e menos facilmente replicáveis.
A Economia Digital Baseada em Opinião
- Avaliando o Papel da Influência: A influência e a reputação online demonstraram ter um impacto significativo nas escolhas dos consumidores e na percepção da marca.6 A ascensão da economia dos influenciadores, um mercado global projetado para atingir dezenas de bilhões de dólares até 2025 7, é uma prova tangível do valor econômico atribuído à opinião e ao alcance digital. As plataformas digitais não apenas facilitam, mas também medeiam e capitalizam essa influência 1, tornando a gestão da reputação online uma necessidade estratégica.33
- Expertise vs. Influência: É crucial distinguir entre diferentes formas de autoridade digital. Os Key Opinion Leaders (KOLs) baseiam sua influência em expertise profunda e credenciais estabelecidas em um campo específico (ex: acadêmicos, médicos, analistas setoriais).36 Eles tendem a ter públicos menores e mais nichados, mas gozam de alta credibilidade dentro de suas comunidades.44 Em contraste, os influenciadores gerais muitas vezes constroem sua autoridade com base na personalidade, relatabilidade e grande alcance em plataformas de mídia social, sem necessariamente possuir expertise técnica profunda no produto ou serviço promovido.37 Existe também a categoria de influenciadores especialistas, que combinam conhecimento técnico com habilidades de comunicação e alcance digital.52 Estudos indicam que a confiança do consumidor em influenciadores de celebridades é relativamente baixa em comparação com especialistas.52
- Contexto B2B: No marketing business-to-business (B2B), a dinâmica da influência é diferente. A prioridade recai sobre a expertise setorial, credibilidade profissional e alinhamento com os valores da marca, em vez do mero tamanho da audiência.45 Os desafios no B2B incluem a dificuldade em encontrar influenciadores relevantes em nichos específicos, medir o retorno sobre o investimento (ROI) em ciclos de vendas longos e complexos, e manter a autenticidade em colaborações pagas.45 Apesar dos desafios, estudos de caso demonstram o sucesso do uso de influenciadores B2B e KOLs para aumentar a conscientização da marca, gerar leads qualificados e construir credibilidade em setores como software como serviço (SaaS) e serviços profissionais.54
- Limitações: A crescente importância da opinião não anula a necessidade de fatos verificáveis, análise rigorosa e expertise profunda, especialmente em decisões de alto risco financeiro ou estratégico. A “economia da opinião” coexiste com a economia do conhecimento. A reputação online, embora valiosa, é também frágil e suscetível à manipulação (ex: avaliações falsas, campanhas de difamação).35Considerações éticas são fundamentais, particularmente no que diz respeito à transparência das relações pagas (divulgação de patrocínios) e à autenticidade das recomendações.46 A economia digital não se baseia puramente na opinião. Pelo contrário, a opinião, a reputação e a influência tornaram-se forças econômicas mais significativas, operando ao lado da expertise tradicional. A observação de que o marketing de influência é um mercado grande e crescente 7, que a reputação impacta significativamente os negócios 6, mas que a expertise continua crucial, especialmente no B2B 36, e que a confiança se baseia em múltiplos fatores (incluindo segurança e competência demonstrada) 51, sugere que a economia está se tornando um cenário híbrido. Neste cenário, sinais tradicionais de valor (credenciais, experiência) coexistem e interagem com sinais digitais mais recentes (reputação online, alcance de influenciadores, classificações de plataformas). O sucesso, portanto, requer a capacidade de navegar eficazmente em ambos os sistemas.
Transformação nos Modelos de Negócios de Consultoria e Contabilidade
- Modelos Tradicionais: Historicamente, as empresas de consultoria e contabilidade basearam seus modelos de negócios na alavancagem de conhecimento especializado, expertise técnica (muitas vezes certificada), reputação institucional estabelecida e a venda de tempo profissional (horas faturáveis). O valor era derivado da prestação de aconselhamento especializado, análises complexas, garantia (auditoria) e serviços de conformidade regulatória. A autoridade emanava das qualificações profissionais (CPA, MBA, etc.), da experiência acumulada e da marca da empresa.
- Pressões para Mudança: Esses modelos tradicionais estão sob intensa pressão. A automação e a inteligência artificial (IA) estão comoditizando muitas tarefas rotineiras e baseadas em regras, como entrada de dados, reconciliação, e até partes da auditoria e preparação de impostos.14 A concorrência aumentou, não apenas de firmas tradicionais, mas também de novos entrantes, incluindo plataformas tecnológicas e consultores independentes que utilizam plataformas digitais.18 Os clientes exigem mais valor agregado, buscando insights estratégicos, soluções orientadas a resultados e modelos de precificação que vão além das horas faturáveis.13 Além disso, as próprias firmas precisam passar por uma transformação digital interna para se manterem eficientes e relevantes.12
- Modelos Emergentes: Em resposta a essas pressões, estão surgindo novos modelos de negócios e adaptações significativas:
- Foco em Assessoria Estratégica: Há uma clara mudança em direção a serviços de assessoria (advisory), focados em fornecer insights estratégicos, análise de dados avançada, planejamento financeiro, previsão e relatórios de gestão.13
- Integração Tecnológica: A IA e a automação não são vistas apenas como ameaças, mas como ferramentas para aumentar a eficiência, liberar profissionais para tarefas de maior valor e oferecer novos serviços.14 Empresas que integram tecnologia de forma eficaz relatam maior crescimento de receita.13
- Soluções Digitais e Ecossistemas: As consultorias, em particular, estão se movendo de simples conselhos para o fornecimento de soluções digitais de ponta a ponta, muitas vezes envolvendo a construção ou participação em ecossistemas de parceiros e o uso de plataformas.20
- Especialização e Visibilidade: A diferenciação através da especialização em nichos de mercado ou serviços específicos, combinada com a construção de expertise visível através de marketing de conteúdo e liderança de pensamento (thought leadership), torna-se crucial para evitar a armadilha da comoditização.18
- Confiança Digital como Serviço: Dada a crescente importância da segurança de dados e privacidade, as empresas estão posicionando a confiança digital, a cibersegurança e a conformidade com a privacidade como ofertas de serviços essenciais.51
- Marketing de Influência B2B: Algumas empresas estão explorando o uso estratégico de KOLs e influenciadores B2B para construir credibilidade, alcançar públicos específicos e promover seus serviços.45
- Novos Modelos de Precificação: Embora a implementação seja desafiadora, há um movimento em direção a modelos de precificação baseados em valor, assinatura ou resultados, afastando-se da dependência exclusiva das horas faturáveis.50
A tabela a seguir resume as principais diferenças entre os modelos de negócios tradicionais e emergentes nos setores de consultoria e contabilidade.
Tabela 1: Comparação de Modelos de Negócios em Consultoria e Contabilidade
Característica | Modelo Tradicional | Modelo Emergente/Digital |
Proposição de Valor | Conhecimento técnico, expertise, conformidade, garantia | Insights estratégicos, soluções digitais, otimização de processos, garantia de confiança digital, resultados de negócios |
Modelo de Precificação | Horas faturáveis, taxas fixas por projeto | Baseado em valor, assinatura, baseado em resultados, modelos híbridos |
Fonte de Autoridade | Credenciais (CPA, etc.), experiência, reputação da firma | Expertise demonstrada (visível online), especialização de nicho, status de KOL, reputação digital, confiança na plataforma/tecnologia |
Ativos Chave | Capital humano (profissionais), marca, relacionamentos | Capital humano (com novas habilidades), dados, algoritmos/IA, plataformas tecnológicas, ecossistemas de parceiros, reputação digital |
Relação Cliente | Transacional, baseada em projetos, reativa | Parceria estratégica, contínua, proativa, baseada em dados |
Papel da Tecnologia | Ferramenta de suporte (planilhas, software básico) | Central para a entrega de valor, automação, análise, plataforma de serviços, facilitador de novos modelos |
Fonte: Elaborado pelo autor com base em.13
Esta tabela ilustra a profunda mudança em andamento. As empresas que navegam com sucesso nesta transição são aquelas que conseguem integrar tecnologia, redefinir sua proposição de valor em torno de insights e resultados, construir novas formas de autoridade e confiança, e adaptar seus modelos operacionais e de precificação à nova realidade digital.
Impactos Setoriais Específicos
- Precificação e Geração de Valor: A automação e a IA estão exercendo uma pressão descendente significativa sobre os preços de serviços padronizados e de conformidade em contabilidade e consultoria.14 A tradicional precificação por hora torna-se cada vez mais difícil de justificar para tarefas que podem ser automatizadas. Isso força as empresas a buscar modelos de precificação alternativos, como os baseados em valor entregue, assinaturas para serviços contínuos ou taxas vinculadas a resultados específicos, embora a transição seja complexa.50 A geração de valor está se deslocando decisivamente para áreas que exigem julgamento humano, interpretação complexa e aconselhamento estratégico. Isso inclui a análise e interpretação de grandes volumes de dados, consultoria em transformação digital, desenvolvimento de estratégias de negócios, assessoria em métricas Ambientais, Sociais e de Governança (ESG) 62, e, crucialmente, a garantia de confiança e segurança no ambiente digital.51 Empresas que adotam tecnologias digitais de forma integrada tendem a apresentar maior crescimento de receita, indicando que a tecnologia é um facilitador chave na criação de novo valor.13 As consultorias, em particular, estão ampliando seu escopo para oferecer soluções digitais completas, indo além do mero aconselhamento.20
- Percepção de Autoridade e Expertise: A autoridade profissional não se baseia mais exclusivamente em credenciais formais e na reputação histórica da firma. No ambiente digital, a expertise demonstrada e visível torna-se cada vez mais importante.18 Isso se manifesta através da publicação de conteúdo de alta qualidade (artigos, white papers, webinars), participação em eventos do setor e uma presença online estratégica (liderança de pensamento). A ascensão de KOLs e influenciadores B2B especializados cria novas fontes de autoridade percebida dentro de nichos específicos, com as quais as empresas podem precisar se envolver ou competir.36 As empresas precisam, portanto, desenvolver estratégias ativas para cultivar e divulgar a expertise de seus próprios profissionais no espaço digital.18 Existe também um risco potencial de “colapso do conhecimento” se a dependência excessiva de ferramentas de IA levar a uma homogeneização dos insights e a uma diminuição da diversidade de pensamento crítico.48 Além disso, a conduta ética dos profissionais nas redes sociais é crucial para manter a credibilidade e a autoridade profissional, evitando a divulgação de informações confidenciais ou a expressão de opiniões que possam prejudicar a reputação.57 A tabela a seguir compara KOLs e Influenciadores sob a ótica da relevância para serviços profissionais.
Tabela 2: KOLs vs. Influenciadores – Relevância para Serviços Profissionais
Dimensão | Key Opinion Leader (KOL) / Especialista | Influenciador Geral | Influenciador Especialista (Híbrido) |
Valor Primário | Expertise profunda, conhecimento técnico, credibilidade | Alcance amplo, relatabilidade, engajamento da audiência | Combinação de expertise e alcance/comunicação |
Tipo de Audiência | Nicho, profissionais do setor, altamente engajada | Ampla, geral, demografia variada | Nicho específico ou mais amplo, dependendo do especialista |
Base de Credibilidade | Credenciais, experiência comprovada, publicações, reputação | Confiança da audiência, personalidade, conteúdo | Credenciais/experiência + Habilidade de comunicação online |
Motivação Típica | Compartilhar conhecimento, educar, influenciar o setor | Promoção de marca (paga), crescimento pessoal | Compartilhar expertise, construir marca pessoal/profissional |
Estratégia de Alcance | Publicações especializadas, eventos do setor, redes prof. | Mídias sociais (Instagram, TikTok), conteúdo viral | Mídias sociais (LinkedIn, YouTube), blogs, podcasts |
Estrutura de Custo | Variável (consultoria, palestras, parcerias estratégicas) | Baseado em alcance/engajamento (taxas por post/campanha) | Híbrido, pode envolver taxas de consultoria ou campanha |
Melhor Caso de Uso (Serv. Prof.) | Validação técnica profunda, endosso de credibilidade, marketing para nichos muito específicos | Conscientização de marca ampla (com cautela), conteúdo mais relatable (menos técnico) | Liderança de pensamento, educação de mercado, demonstração de expertise acessível, B2B marketing direcionado |
Fonte: Elaborado pelo autor com base em.36
- Construção de Confiança do Cliente: A confiança sempre foi a pedra angular dos serviços profissionais, mas sua natureza está se tornando mais complexa na era digital. Além da confiança interpessoal tradicional e da reputação da firma, os clientes agora exigem confiança digital – a segurança de que seus dados sensíveis (financeiros, estratégicos) estão protegidos contra violações e uso indevido.59 A confiança na integridade das relações, interações e transações dentro do ecossistema digital é fundamental.51 Baixos níveis de confiança digital comprovadamente levam à perda de reputação, aumento de violações de privacidade e incidentes de cibersegurança, e perda de clientes.51Elementos chave para construir essa confiança incluem a implementação de medidas robustas de cibersegurança (criptografia, autenticação multifator, auditorias regulares), conformidade estrita com regulamentações de privacidade (como GDPR), transparência nas práticas de dados e gestão eficaz da reputação online.32 A adoção da IA introduz novas dimensões de confiança, relacionadas à segurança dos dados alimentados nos modelos, ao potencial de viés algorítmico e à precisão dos outputs, exigindo forte governança humana e supervisão.64 A confiança também se estende à confiança epistêmica: em um ambiente saturado de informações e opiniões, os clientes precisam confiar que o conselho recebido é preciso, confiável e baseado em expertise genuína, seja ele gerado por humanos ou aumentado por IA. A conduta ética online dos profissionais também contribui significativamente para essa confiança.57 A confiança nos serviços profissionais na era digital é, portanto, multifacetada. A observação de que os clientes se preocupam com a segurança/privacidade dos dados 59, que as plataformas digitais e a IA introduzem novas vulnerabilidades 51, e que a proliferação de informações online dificulta a validação da expertise 5, leva à inferência de que a confiança não se baseia mais apenas no profissional individual ou na marca da empresa. Ela agora abrange a segurança das ferramentas digitais utilizadas, o tratamento ético dos dados e a confiabilidade percebida do próprio aconselhamento em um ambiente digital ruidoso. Isso implica que as empresas de consultoria e contabilidade devem gerenciar ativamente todas essas dimensões da confiança – técnica, ética e epistêmica – para manter e fortalecer as relações com os clientes.
A tabela a seguir sintetiza os principais impactos e as respostas estratégicas das empresas nos setores analisados.
Tabela 3: Principais Impactos e Respostas das Firmas em Consultoria e Contabilidade
Área de Impacto | Forças Impulsionadoras | Impactos Observados | Respostas Estratégicas das Firmas |
Pressão de Precificação | Automação/IA, Plataformas Digitais, Concorrência Aumentada | Comoditização de tarefas rotineiras/conformidade, Dificuldade em justificar horas faturáveis | Adoção de precificação baseada em valor/resultados/assinatura, Foco em serviços de maior valor agregado (estratégia, insights) |
Desafio à Autoridade | Abundância de Informação, Economia da Influência (KOLs/Influencers), Plataformas Abertas | Diluição da autoridade tradicional (credenciais), Necessidade de expertise visível, Novas fontes de influência (digital) | Investimento em marketing de conteúdo/liderança de pensamento, Especialização de nicho, Programas de defesa de funcionários (employee advocacy), Parcerias B2B (cautela) |
Requisitos de Confiança | Riscos de Cibersegurança, Regulamentações de Privacidade (GDPR), Adoção de IA, Reputação Online | Maior demanda por segurança/privacidade de dados, Novos riscos (viés de IA, segurança de plataforma), Impacto da reputação online nas decisões | Investimento robusto em cibersegurança, Conformidade regulatória rigorosa, Governança de IA (ética, precisão), Gestão ativa da reputação online (ORM), Oferta de serviços de confiança digital |
Fonte: Elaborado pelo autor com base na análise das seções anteriores e fontes como.5
Discussão
Os resultados desta análise oferecem um quadro nuançado da tese central. A informação, especialmente na sua forma bruta e não diferenciada, demonstra uma clara tendência de comoditização impulsionada pelos custos marginais de reprodução próximos de zero inerentes às tecnologias digitais. No entanto, a ideia de um “preço zero” universal para a informação é uma simplificação excessiva. O valor econômico não desaparece, mas migra para níveis mais elevados da cadeia de valor: curadoria, análise, personalização, aplicação estratégica e, crucialmente, a confiança na fonte e na segurança da entrega. Portanto, enquanto a reproduçãoda informação se torna barata, a criação, validação e aplicação confiável de conhecimento permanecem atividades economicamente valiosas.
Da mesma forma, a noção de uma economia digital baseada puramente em opinião é imprecisa. É mais correto afirmar que a opinião, a reputação e a influência se tornaram forças econômicas significativamente mais potentes e mensuráveis na era digital. Elas coexistem e interagem com os pilares tradicionais de valor, como expertise técnica e credenciais formais. O resultado é uma paisagem econômica híbrida, onde a autoridade percebida é moldada tanto por sinais digitais (reputação online, alcance de influenciadores) quanto por indicadores tradicionais. A importância relativa desses fatores varia enormemente dependendo do contexto – decisões de consumo B2C podem ser mais suscetíveis à influência geral, enquanto escolhas B2B complexas, como a contratação de serviços de consultoria ou contabilidade, continuam a valorizar profundamente a expertise comprovada e a confiança multifacetada. Os setores de consultoria e contabilidade, portanto, não estão sendo substituídos pela informação barata ou pela opinião popular, mas estão sendo radicalmente transformados por essas forças.
As implicações para as estratégias futuras dessas empresas são profundas. A transformação digital deve ser abraçada de forma holística, não apenas como uma oferta de serviço ao cliente, mas como uma reengenharia fundamental dos processos internos, da cultura organizacional e dos modelos de negócios.12 A requalificação contínua (upskilling) da força de trabalho é imperativa, com foco no desenvolvimento de competências em análise de dados, literacia em IA, cibersegurança, consultoria estratégica e habilidades interpessoais para gerenciar relacionamentos com clientes em um ambiente tecnologicamente mediado.60 A especialização em nichos de indústria ou serviços, juntamente com a construção ativa de expertise visívelatravés de canais digitais, emerge como um diferenciador chave contra a comoditização.18 Cultivar a confiança digital – através de investimentos em segurança robusta, práticas de privacidade transparentes e governança ética da IA – não é mais opcional, mas uma condição fundamental para operar.51 As empresas devem posicionar-se estrategicamente como navegadores confiáveis da complexidade digital, transcendendo tarefas de conformidade e rotina para oferecer assessoria de alto valor que impulsione os resultados de negócios dos clientes.13 Olhando para o futuro, o papel crescente da IA na automação de análises de nível superior exigirá novas adaptações, possivelmente deslocando ainda mais o valor humano para a supervisão estratégica, o julgamento ético, a criatividade na resolução de problemas e a gestão de relacionamentos complexos.65 Cenários futuros para a evolução do mercado podem incluir maior consolidação entre grandes players, o florescimento de boutiques altamente especializadas e a crescente influência de plataformas que agregam serviços ou conectam clientes a provedores.17
Esta análise possui limitações inerentes. Baseia-se na literatura e relatórios disponíveis dentro do período específico de 2015-2025, um intervalo de rápida mudança tecnológica. Isolar empiricamente o impacto preciso da “opinião” ou “influência” de outros fatores de mercado é metodologicamente desafiador. A velocidade da evolução tecnológica, especialmente em IA, significa que as conclusões representam um retrato de um momento específico. Além disso, relatórios de mercado, particularmente aqueles comissionados por grandes empresas, podem conter vieses inerentes.47 A disponibilidade de fontes também pode introduzir um viés geográfico, com maior representação de mercados da América do Norte e Europa.
Diante dessas transformações e limitações, várias avenidas para pesquisas futuras se apresentam. Estudos longitudinais que rastreiem a evolução dos modelos de precificação em consultoria e contabilidade ao longo do tempo seriam valiosos. Investigações mais profundas sobre a medição do ROI e a eficácia do marketing de influência B2B especificamente para serviços profissionais são necessárias. Análises comportamentais dos processos de tomada de decisão dos clientes ao escolher entre firmas tradicionais e alternativas digitais/baseadas em plataforma forneceriam insights práticos. O desenvolvimento de frameworks éticos robustos para a implantação de IA nos contextos específicos de consultoria e contabilidade é urgente. Estudos comparativos que analisem como diferentes ambientes regulatórios (por exemplo, em relação à privacidade de dados e IA) impactam a confiança digital e os modelos de negócios seriam esclarecedores. Finalmente, a pesquisa sobre a viabilidade e o impacto da portabilidade da reputação entre diferentes plataformas para profissionais 31 poderia informar futuras políticas e práticas de mercado.
Conclusão
A investigação confirma, com nuances importantes, a dupla tendência analisada. A informação digitalizada, em suas formas mais básicas, enfrenta uma forte pressão de comoditização devido à sua facilidade de replicação, empurrando seu custo marginal e, potencialmente, seu preço, para perto de zero. Contudo, o valor econômico persiste e se reconfigura, concentrando-se na criação, curadoria, análise, personalização e aplicação confiável dessa informação. Simultaneamente, embora a economia digital não seja puramente “baseada em opinião”, a reputação online, a influência digital e a gestão da atenção tornaram-se indiscutivelmente mais centrais para a captura de valor e a dinâmica competitiva.
Para os setores de consultoria e contabilidade, intensivos em conhecimento e confiança, essas tendências representam uma transformação fundamental, não uma aniquilação. A automação de tarefas rotineiras exige uma reorientação para serviços de assessoria estratégica de maior valor. A proliferação de informações e opiniões online redefine a autoridade, exigindo que a expertise seja não apenas possuída, mas ativamente demonstrada e validada digitalmente. Acima de tudo, a confiança do cliente, agora multifacetada para incluir a segurança digital, a privacidade dos dados e a governança ética da tecnologia, torna-se um pilar ainda mais crítico e complexo de construir e manter. As empresas que prosperarão neste novo cenário serão aquelas que integrarem habilmente tecnologia e talento humano, dominarem a arte de construir e comunicar expertise credível online, e se estabelecerem como guardiãs da confiança digital em um mundo cada vez mais conectado e baseado em dados.
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