Este artigo investiga a tese de que a informação tende a preço zero e que a economia digital está cada vez mais ancorada em opinião, examinando seus impactos nos setores de consultoria e contabilidade. A análise das evidências revela que enquanto informações padronizadas tendem à gratuidade, o valor econômico migra para a interpretação especializada e contextualização do conhecimento. Os profissionais da contabilidade e consultoria enfrentam o desafio de reinventar seus modelos de negócio, com a autoridade digital e a reputação emergindo como diferenciais competitivos essenciais em um ambiente onde dados brutos são abundantes, mas insights estratégicos permanecem valiosos.
Introdução
A revolução digital transformou profundamente a forma como a informação é produzida, distribuída e consumida. A digitalização reduziu drasticamente os custos marginais de reprodução e distribuição da informação, criando um cenário onde o acesso a conteúdos básicos torna-se cada vez mais acessível ou gratuito. Simultaneamente, observa-se uma valorização crescente da opinião especializada e da influência digital como ativos econômicos.
Esta pesquisa busca analisar criticamente a tese de que a informação tende a preço zero e que a economia digital se ancora predominantemente na opinião, verificando suas implicações específicas para os setores de consultoria e contabilidade. Estes setores, tradicionalmente baseados na expertise técnica e no conhecimento especializado, enfrentam desafios significativos no novo paradigma digital, onde a informação bruta é abundante e a autoridade é constantemente reconstruída.
A transformação digital tem impulsionado mudanças estruturais nestes setores, com automação de processos antes manuais e valorização crescente da capacidade analítica e consultiva. Como observado por Gottfried Leibniz já em 1679, o desenvolvimento da aritmética binária lançou as bases para o que viria a ser a atual revolução digital, que transformou completamente a economia global e o acesso ao mercado9.
A relevância teórica desta investigação reside na contribuição para a compreensão das transformações da economia da informação na era digital. Do ponto de vista prático, oferece insights valiosos para profissionais e organizações dos setores de consultoria e contabilidade que buscam adaptar seus modelos de negócio às novas dinâmicas de valor na economia digital.
Revisão de Literatura
Economia da Informação e o Fenômeno do Preço Zero
A economia da informação estuda como a informação e sua comunicação afetam as decisões econômicas. Um conceito fundamental neste campo é o do “preço zero”, que exerce uma influência desproporcional nas decisões dos consumidores. Conforme apontado por Ariely, há muitos modos das pessoas serem irracionais em suas decisões econômicas, incluindo uma atração especial por ofertas gratuitas1. Este fenômeno tem sido observado nas plataformas digitais que operam sem a cobrança de um preço positivo, as chamadas “zero-price platforms”3.
A Data-Driven Economy, ou Economia Movida a Dados, é caracterizada como “o ecossistema digital de geração de valor decorrente da coleta e tratamento de dados pessoais”3. Este modelo econômico tem transformado o entendimento tradicional do valor, onde a informação e os dados ocupam papel central como ativos econômicos. Em 2025, o Sistema de Contas Nacionais da ONU passou a reconhecer formalmente os dados como ativos de capital, definindo-os como “conteúdo informacional produzido pelo acesso e observação de fenômenos, registro e armazenamento de elementos de informação desses fenômenos em formato digital que fornece um benefício econômico quando usado em atividades produtivas”6.
Jeremy Rifkin afirmou em 2011 que “atingimos a produtividade máxima com tecnologias mais antigas” e que, com o advento do big data e da Internet das Coisas, está emergindo uma economia na qual “gerenciaremos recursos escassos através do compartilhamento, energia limpa e transporte eficiente, e produziremos a custo marginal zero”4. Esta visão alinha-se ao conceito de “acesso a custo zero” às obras intelectuais, discutido no contexto da economia colaborativa na sociedade da informação10.
Economia Digital e Transformação dos Modelos de Negócio
A economia digital, termo cunhado por Dan Topacott em 1995, é conceituada como “o ramo da economia que aparece fundamentada em tecnologias digitais”9. Ela reflete “essencialmente a transferência das transações comerciais, que antigamente eram feitas de forma analógica, para o meio digital”9. Esta transição tecnológica envolve “novos pensamentos e abordagens, bem como novas experiências e cadeias de valor colaborativas, interativas, sustentáveis e lucrativas”9.
Os dados estatísticos ilustram a magnitude desta transformação: “em 1986, 99,2% da capacidade de armazenamento mundial era analógica, e em 2007, 94% do volume mundial de armazenamento de informação expressa-se no digital, enquanto o volume de transações tende a aumentar, em 2025, para 80%”9. Esta mudança radical tem impactado diversos setores econômicos, inclusive a contabilidade e consultoria.
Os modelos de negócio tradicionais estão sendo desafiados pela economia digital, que possui três pilares fundamentais: “Escala, Escopo e Velocidade, possibilitando inovação e adaptação rápidas às mudanças de mercado, sendo sustentados por tecnologias habilitadoras que permitem que as empresas digitais superem as não digitais”20. Esta transformação redefine a competitividade e reconfigura mercados inteiros.
Transformação Digital na Contabilidade e Consultoria
A transformação digital na contabilidade é caracterizada pela automação e digitalização de processos, resultando em mudanças significativas no papel do contador. Esta transformação “revolucionou o modo como as empresas lidam com dados contábeis, impulsionando a automação e a digitalização de processos”13.
A contabilidade consultiva surge como resposta a este novo cenário, fornecendo “uma base sólida para a transformação digital, facilitando a integração de novos sistemas tecnológicos com práticas contábeis”2. Empresas que adotaram esta abordagem “relataram melhorias significativas na eficiência operacional e na capacidade de resposta às demandas do mercado”2.
A tecnologia tem permitido a “automação de tarefas complexas, como análise preditiva e auditorias”13, liberando tempo para profissionais se concentrarem em estratégias que agregam mais valor. Ferramentas como blockchain garantem “a integridade e a transparência das transações financeiras, facilitando auditorias e aumentando a confiança entre as partes interessadas”13.
A pesquisa demonstrou que “a transformação digital pode contribuir para o desenvolvimento da profissão contábil e das organizações, pois as tecnologias desafiam o contador e provocam novos insights para as competências essenciais, como forma de inovação, para monetizar novos negócios e criar oportunidades”8. Surge o termo “digitização”, em que “o profissional tem ciência dos benefícios da adaptação e mudança em modelagem de processos contábeis”8.
A Ascensão da Opinião como Ativo Econômico
A visibilidade e a influência têm se tornado fatores determinantes na formação da opinião pública de marcas por meio das redes de hiperconexão digital5. A pesquisa indica que a publicidade de marca “para entrar na agenda, precisa estar alinhada em seu discurso e sua prática”5, refletindo como os “quadros narrativos pautados pela publicidade” funcionam como “framing e priming”5.
No contexto dos fan tokens no esporte, observa-se como novos ativos digitais são valorizados com base em expectativas futuras e percepções de mercado7. As correlações entre capitalização de mercado e preços “sugerem que aumentos na capitalização de mercado estão associados a aumentos nos preços atuais e futuros”7, ilustrando como a opinião coletiva pode influenciar avaliações econômicas no ambiente digital.
Esta tendência estende-se aos profissionais de consultoria e contabilidade, onde a reputação digital e a capacidade de influenciar percepções tornam-se ativos econômicos valiosos. A autoridade profissional, antes baseada primordialmente em credenciais formais, agora incorpora elementos de presença digital e engajamento online.
Metodologia
Esta pesquisa adota uma abordagem qualitativa baseada em análise documental de literatura acadêmica e relatórios de mercado publicados entre 2015 e 2025. O método de análise segue o raciocínio em cadeia adaptativo (Chain-of-Thought), decompondo o problema de pesquisa em componentes interconectados que são analisados sequencialmente.
A investigação foi estruturada em quatro fases principais:
- Mapeamento conceitual: identificação e análise dos conceitos fundamentais relacionados à economia da informação, preço zero, opinião como ativo econômico e transformação digital.
- Análise comparativa: contraposição de modelos tradicionais e digitais de geração de valor nos setores de consultoria e contabilidade.
- Verificação empírica: avaliação de evidências que corroboram ou refutam a tese principal da pesquisa.
- Síntese e projeção: análise integrada dos resultados e discussão das implicações futuras para os setores estudados.
A seleção das fontes priorizou artigos acadêmicos, white papers e relatórios de mercado em português e inglês, com verificação cruzada para minimizar vieses e garantir a confiabilidade das informações analisadas. O período de análise (2015-2025) foi escolhido para capturar tanto a evolução histórica recente quanto as tendências emergentes na economia digital.
Análises
A Tendência do Preço Zero da Informação
A análise das evidências confirma parcialmente a tese de que a informação tende ao preço zero. No contexto da economia digital, observa-se que informações padronizadas e de baixa complexidade são cada vez mais disponibilizadas gratuitamente ou a custos marginais próximos de zero. O Sistema de Contas Nacionais da ONU reconheceu esta tendência ao definir os dados como ativos de capital em 2025, destacando que “a produção de dados em grande escala criou modelos de negócios totalmente novos dependentes de dados”6.
As chamadas “zero-price platforms” operam sem a cobrança de um preço positivo3, refletindo uma estratégia onde o valor é extraído não da transação direta, mas da coleta e análise de dados gerados pelos usuários. Esta dinâmica confirma a tese de Jeremy Rifkin, que em 2011 previu uma economia emergente onde “produziremos a custo marginal zero”4.
No entanto, é importante ressaltar que nem toda informação tende ao preço zero. Observa-se uma bifurcação no mercado de informação:
- Informações padronizadas e facilmente replicáveis: tendem ao preço zero devido aos baixos custos marginais de reprodução e distribuição digital.
- Informações complexas, contextualizadas e personalizadas: mantêm ou aumentam seu valor econômico, especialmente quando associadas a reputação, expertise e capacidade analítica diferenciada.
Esta distinção é fundamental para compreender as transformações nos setores de consultoria e contabilidade, onde tarefas rotineiras são automatizadas enquanto serviços de análise estratégica ganham valor.
A Ascensão da Opinião Especializada na Economia Digital
A economia digital demonstra uma crescente valorização da opinião especializada e da influência digital. Este fenômeno se manifesta na “formação da opinião pública de marcas por meio da interação com a agenda das mídias sociais digitais”5, onde os algoritmos são responsáveis por “dirigir as mensagens para públicos específicos”5.
A análise dos “fan tokens do esporte” evidencia como a percepção de valor está associada a “expectativas futuras” que “estão alinhadas com as avaliações de mercado”7. As correlações observadas sugerem que “à medida que a M/FDV diminui, existe tendência para o aumento nos preços futuros, o que pode indicar uma percepção de subvalorização do ativo”7. Esta dinâmica reflete a crescente importância da opinião coletiva na determinação de valor econômico no ambiente digital.
No contexto profissional, observa-se que a autoridade digital se torna um diferencial competitivo. Profissionais de contabilidade e consultoria que conseguem estabelecer presença digital relevante e reputação online robusta conquistam vantagem no mercado. A pesquisa revela que as tecnologias “desafiam o contador e provocam novos insights para as competências essenciais, como forma de inovação, para monetizar novos negócios e criar oportunidades”8.
Impactos na Consultoria e Contabilidade
Os setores de consultoria e contabilidade estão experimentando transformações profundas em seus modelos de negócio, geração de valor e percepção de autoridade:
- Automação de processos básicos: A “Inteligência Artificial (IA) permite a automação de tarefas complexas, como análise preditiva e auditorias, aumentando a eficiência e reduzindo erros humanos”13. Isto libera profissionais para “se concentrar em estratégias que realmente fazem a diferença”13.
- Migração de valor para análise e interpretação: “Com ferramentas de análise avançada, contadores desvendam tendências ocultas e obtêm insights importantes, transformando dados em informações que favorecem decisões estratégicas”13. A “digitalização possibilita relatórios financeiros em tempo real, permitindo que os gestores tenham uma visão clara da saúde financeira”13 da organização.
- Novos modelos de precificação: A digitalização cria pressão para redução de preços em serviços padronizados, enquanto abre oportunidades para modelos baseados em valor percebido para serviços consultivos. Com a tecnologia cuidando “dos impostos de modo automatizado, a atuação dos consultores que oferecem esse serviço se torna estratégica”15.
- Transformação do conceito de autoridade: A reputação profissional, antes baseada em credenciais formais e experiência comprovada, agora incorpora crescentemente elementos de presença digital, engajamento online e influência nas redes. A “contabilidade consultiva não apenas aprimora a gestão, mas também apoia decisões estratégicas”2, posicionando o contador como autoridade estratégica para negócios.
- Digitalização como diferencial competitivo: Profissionais e empresas que dominam as ferramentas digitais conquistam vantagem significativa. A transformação digital “não é apenas uma ferramenta interna, mas um recurso que compartilhamos com nossos clientes”, promovendo “uma gestão financeira mais proativa e informada”13.
Esta transformação também apresenta desafios, incluindo “a reinvenção de modelos de negócios a profissionais autônomos e pequenos escritórios de contabilidade e a insegurança do envelhecimento do profissional frente a TD [Transformação Digital]”8. Muitos empresários ainda “enxergam a consultoria contábil apenas como uma ferramenta para administrar os tributos, tarefas obrigatórias e cansativas”15, não percebendo seu potencial estratégico.
Discussão dos Resultados e Implicações Futuras
A análise das evidências confirma parcialmente a tese inicial: enquanto informações padronizadas tendem ao preço zero, o valor econômico migra para a interpretação especializada, contextualização e aplicação estratégica do conhecimento. Nos setores de consultoria e contabilidade, esta dinâmica impulsiona uma transformação dos modelos de negócio e da percepção de autoridade profissional.
Novo Paradigma de Valor na Economia Digital
Na economia digital, o valor não desaparece mas se reconfigura. A informação básica torna-se commodity enquanto a capacidade de contextualizar, interpretar e aplicar conhecimento ganha relevância. Este fenômeno alinha-se à observação de que “a transformação digital tem um impacto importante na economia global e no acesso ao mercado, que, conjuntamente, com a Internet e o avanço tecnológico, deram origem à economia digital”9.
O reconhecimento oficial dos dados como ativos econômicos pelo Sistema de Contas Nacionais da ONU em 2025 confirma esta tendência, destacando que “a produção massiva de dados criou modelos de negócios totalmente novos dependentes de dados, aumentando o risco de que muitas empresas tradicionais sejam suplantadas por produtores mais produtivos e eficientes, focados em dados”6. Este fenômeno ilustra a máxima de Tom Goodwin citada em 2015: “Uber, a maior empresa de táxis do mundo, não possui veículos. Facebook, o proprietário de mídia mais popular, não cria conteúdo. Alibaba, o varejista mais valioso, não tem estoque. E Airbnb, o maior provedor de acomodações do mundo, não possui imóveis. Algo interessante está acontecendo.”4
Transformação dos Modelos de Negócio em Consultoria e Contabilidade
Os setores de consultoria e contabilidade estão evoluindo de um modelo baseado em cobrança por horas de trabalho e execução de tarefas operacionais para modelos baseados em valor percebido e resultados entregues. A contabilidade consultiva emerge como resposta a este cenário, proporcionando “uma compreensão clara dos ambientes onde a contabilidade consultiva é aplicada”2.
Os profissionais destes setores enfrentam o desafio de reinventar suas proposições de valor. A “contabilidade consultiva não apenas aprimora a gestão, mas também apoia decisões estratégicas. Isso levou a um alinhamento mais claro entre os objetivos de transformação digital e as metas de negócios de longo prazo, permitindo que as organizações mantenham uma vantagem competitiva sustentável em um ambiente de negócios em rápida evolução”2.
A digitalização tem modificado as atividades de contabilidade de forma profunda: “Antes, havia muito trabalho manual e cansativo. A repetição era necessária para avaliar todos os documentos e elaborar todos os cálculos. Atualmente, essas atividades são automatizadas.”15 Como resultado, “com as facilidades proporcionadas para desenvolver o bruto, a organização e os profissionais ganham tempo para trabalhar os dados e registros. Assim, se promovem estratégias a partir deles para minimizar gargalos e impulsionar a lucratividade”15.
A Nova Economia da Opinião e da Reputação
A pesquisa confirma a crescente importância da opinião e reputação como ativos econômicos na era digital. Os profissionais de consultoria e contabilidade precisam construir e gerenciar ativamente sua presença digital e reputação online como parte de sua estratégia competitiva. Isto está alinhado às observações sobre “visibilidade, influência e consumo” na formação da “opinião pública de marcas por meio das redes de hiperconexão digital”5.
A autoridade profissional está sendo redefinida para incluir não apenas expertise técnica mas também capacidade de comunicação digital, engajamento online e influência em redes profissionais. Esta transformação impacta particularmente setores como consultoria e contabilidade, onde a confiança e a percepção de autoridade são fundamentais para atração e retenção de clientes.
Um exemplo desta tendência é o surgimento do papel do Chief Revenue Officer (CRO), uma “nova figura na gestão corporativa de alto nível” responsável por identificar “as mudanças nas atividades de marketing, publicidade, vendas e preços, em virtude das mudanças digitais”16. Esta função reflete a necessidade de integrar estratégias de geração de receita com a gestão da reputação e influência digital.
Implicações Futuras para os Setores
Para os próximos anos, projetamos as seguintes tendências para os setores de consultoria e contabilidade:
- Hiperespecialização e nichos: Profissionais tenderão a especializar-se em áreas específicas de conhecimento, oferecendo expertise diferenciada que resiste à comoditização. A consultoria contábil “pode guiar a gestão financeira e impulsionar o faturamento de um empreendimento”15 através de especialização estratégica.
- Plataformização de serviços: Surgimento de plataformas que conectam especialistas a clientes, transformando a dinâmica de mercado e potencialmente reduzindo barreiras de entrada. Este fenômeno alinha-se à observação de que a economia digital facilita “o acesso a novos mercados” através de “plataformas de ecommerce e marketing digital”19.
- Novos modelos de precificação: Migração de modelos baseados em horas trabalhadas para modelos baseados em valor entregue, assinaturas e resultados. Esta tendência reflete os três pilares da economia digital: “Escala, Escopo e Velocidade”20.
- Automação contínua: Avanço constante na automação de processos repetitivos, aumentando a pressão para migração de valor para atividades analíticas e estratégicas. A “Inteligência Artificial (IA) permite a automação de tarefas complexas”13, liberando profissionais para atividades de maior valor agregado.
- Fusão de competências: Valorização crescente de profissionais que combinam expertise técnica com habilidades digitais, analíticas e de comunicação. Os profissionais precisam desenvolver “novas competências essenciais, como forma de inovação, para monetizar novos negócios e criar oportunidades”8.
- Desafios regulatórios: Necessidade de adaptação a novas regulamentações relacionadas a dados, privacidade e responsabilidade profissional no ambiente digital. Este aspecto relaciona-se com os desafios do direito da concorrência frente às “zero-price platforms”3.
Conclusão
A investigação da tese de que a informação tende a preço zero e que a economia digital se baseia cada vez mais em opinião revelou uma realidade mais complexa e nuançada. Enquanto informações padronizadas e facilmente replicáveis tendem à comoditização e preços próximos a zero, observa-se simultaneamente uma valorização da interpretação qualificada, da contextualização e da aplicação estratégica do conhecimento.
Nos setores de consultoria e contabilidade, esta dinâmica impulsiona uma transformação profunda. O valor migra das atividades operacionais (cada vez mais automatizadas) para a análise estratégica, interpretação contextualizada e aconselhamento personalizado. A autoridade profissional, antes baseada primordialmente em credenciais formais e experiência, agora incorpora crescentemente elementos de presença digital, influência online e capacidade de comunicação em múltiplos canais.
A pesquisa demonstra que a economia digital se caracteriza não pela desvalorização completa da informação, mas por uma reconfiguração da cadeia de valor, onde dados brutos tendem à gratuidade enquanto sua interpretação especializada mantém ou aumenta seu valor. A opinião qualificada, especialmente quando respaldada por autoridade reconhecida e presença digital significativa, torna-se um ativo econômico valioso.
Os profissionais e organizações dos setores de consultoria e contabilidade enfrentam o desafio de reinventar seus modelos de negócio para prosperar na nova economia digital. Aqueles que conseguirem combinar expertise técnica com presença digital relevante, capacidade analítica avançada e habilidades consultivas diferenciadas estarão melhor posicionados para capturar valor em um ambiente onde a informação básica tende a ser abundante e gratuita, mas os insights estratégicos continuam escassos e valiosos.
Referências
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